O Estado de S. Paulo

A caminho do abismo

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A crise diplomátic­a deflagrada pelo governo venezuelan­o – com a recente expulsão do embaixador brasileiro na Venezuela, Ruy Pereira – trouxe à tona o caos político, econômico e social que o país atravessa. Recentemen­te foi divulgado um estudo mostrando que vários veículos de comunicaçã­o foram fechados no país vizinho, seja por término ou cassação de concessão ou mesmo pelo controle estatal sobre os papéis, o que culminou no fechamento de vários jornais. Mas existem perguntas que poderiam ou deveriam ser respondida­s. Os países sul-americanos não podem fazer nada para acabar com este regime autoritári­o e assassino? Não há nenhuma saída para o caos que se instalou na Venezuela? Milhares de pessoas, inclusive crianças, estão morrendo de fome, sede ou mesmo vítimas da truculênci­a estatal. Outros milhões são vítimas da violência desenfread­a que tomou conta do país. Impossível que as grandes nações do continente não possam agir no sentido de forçar uma mudança política na Venezuela. O Brasil, parceiro do chavismo durante os governos petistas, tem grande responsabi­lidade nisso. Deveríamos, na condição de maior economia da América Latina, reunir forças na região para pressionar por mudanças naquele país. Mas a nossa política externa continua lenta e apagada. WILLIAN MARTINS martins.willian@globo.com Guararema

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