O Estado de S. Paulo

TCU manda suspender reabertura de Pampulha

Portaria do governo previa a volta de voos de longa distância no aeroporto em janeiro

- Amanda Pupo /

Prevista para janeiro, a reabertura do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, para voos de longa distância está suspensa por determinaç­ão do Tribunal de Contas da União (TCU). A decisão, em caráter cautelar, suspende portaria do Ministério dos Transporte­s de outubro, publicada no mesmo dia da votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer na Câmara. O retorno das operações comerciais de longa distância no aeroporto era uma demanda antiga do PR. O documento do TCU parte de uma representa­ção do senador Antonio Anastasia (PSDB/MG). A concession­ária BH Airport, que administra o aeroporto internacio­nal de Confins, também questionav­a judicialme­nte a medida.

A Gol já havia anunciado que iniciaria rota regular entre Pampulha e Congonhas (SP) em 22 de janeiro. A empresa informou que aguarda orientação da Anac para dar andamento às operações.

Desde 2004, Pampulha opera apenas voos regionais e serviços de táxi aéreo. O fluxo de passageiro­s estava concentrad­o em Confins, na mesma cidade, concedido à iniciativa privada em 2013. O argumento dos administra­dores de Confins é de que a reabertura de Pampulha seria prejudicia­l aos dois terminais porque a quantidade restrita de passageiro­s provocaria uma concorrênc­ia predatória.

Na decisão, o TCU pede que o Ministério dos Transporte­s, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Infraero se manifestem no prazo de 60 dias quanto às questões em discussão nos autos.

A Infraero, dona de 100% do Aeroporto de Pampulha, terá de apresentar estudos sobre os impactos da reabertura, “para as receitas advindas da exploração do aeroporto de Confins, as despesas de investimen­to futuras que serão necessária­s para a adequação e manutenção do aeroporto”, completa.

Sócio da concession­ária BH Airport, que opera Confins, o grupo CCR afirmou na ocasião na publicação da portaria que a medida configurav­a “um sério rompimento da segurança regulatóri­a” e que os investimen­tos em Confins seriam prejudicad­os com a medida. Em nota divulgada ontem, a CCR afirma que recebeu “com muito otimismo a decisão do TCU”.

No último dia 20, a Infraero afirmou que a reabertura do terminal para voos regulares não implica quebra do contrato de concessão de Confins.

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FLÁVIO TAVARES/HOJE EM DIA - 25/10/2017 Regras. Reabrir Pampulha rompe segurança regulatóri­a, diz BH Airport, que opera Confins

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