O Estado de S. Paulo

Humor e metáfora para falar com crianças

Para Henrique Rodrigues, esta é a melhor forma de tratar questões seculares como o racismo e o convívio com diferentes

- / M.F.R.

O escritor Henrique Rodrigues acredita que o humor, a ironia e as metáforas são importante­s na hora de tratar de problemas seculares como o racismo. Por isso, escolheu dois objetos inanimados para falar sobre a convivênci­a com os diferentes.

Primeiro título infantil da Malê, pelo selo Malê Mirim, O Pé de Meia e o Guarda-Chuva, que ganhou ilustraçõe­s de Walther Moreira Santos, foi apresentad­o no Salão do Livro de Paris, este ano, quando o autor participav­a da Primavera Literária Brasileira, organizada pela Sorbonne, e que abriu caminho para a publicação, lá, em 2018, de seu romance O Próximo da Fila (Record), sobre um garoto que trabalha numa lanchonete.

“No livro, a meia, que é branquinha, acostumada a viver com a irmã da mesma cor, se encontra com o guarda-chuva, que é preto. Numa conversa com crianças, um garotinho disse que teve uma ideia maluca de passar a usar só meias de cores diferentes. A gente riu, mas vi que ele entendeu a questão, que me parece um dos grandes desafios dos adultos: precisamos conviver com o diferente, porque isso é o que soma, não o ódio”, conta o autor que acaba de ser homenagead­o pelo Ciep Adão Pereira Nunes, onde estudou. Não muito distante da Escola Municipal Daniel Piza, o colégio conta agora com a Sala de Leitura Henrique Rodrigues.

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WALTHER MOREIRA SANTOS/REPRODUÇÃO Infantil. Obra conta a história do encontro entre dois perdidos: o pé de meia e o guarda-chuva

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