O Estado de S. Paulo

Exportação cresce após 5 anos e saldo comercial bate recorde

Resultado de US$ 67 bilhões é o melhor desde 1989 e teve impacto da alta nas vendas de petróleo e automóveis

- Anne Warth Fernando Nakagawa / BRASÍLIA COLABORARA­M: EDUARDO LAGUNA E CARLA ARAÚJO

As exportaçõe­s brasileira­s voltaram a crescer depois de cinco anos de queda, levando a balança comercial a registrar saldo positivo de US$ 67 bilhões no ano passado – melhor resultado da série histórica iniciada em 1989. O recorde anterior era de 2016 e somava US$ 47,6 bilhões. As importaçõe­s tiveram a primeira alta após três anos consecutiv­os de retração. O resultado foi reforçado pelas vendas recordes de petróleo (em volume) e de automóveis (em valor). Novos acordos comerciais e câmbio favorável contribuír­am para a exportação de 200 mil carros a mais em 2017. Com isso, os automóveis passaram da 9.ª para a 5.ª colocação no ranking de produtos exportados. Os principais itens vendidos para o exterior continuam sendo minério de ferro (em valor) e soja (em volume), mas em 2017 a conta petróleo – resultado entre o que é comprado e o que é vendido – teve saldo positivo pelo segundo ano consecutiv­o. Para Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, o resultado “sinaliza uma retomada econômica”. Para este ano, a expectativ­a é de saldo ainda positivo, mas em torno de US$ 50 bilhões.

Depois de cinco anos em queda, as exportaçõe­s brasileira­s voltaram a crescer levando a balança comercial a registrar um saldo positivo de US$ 67 bilhões no ano passado – o melhor resultado da série histórica iniciada em 1989. Já as importaçõe­s tiveram o primeiro aumento após três anos consecutiv­os de retração.

O resultado contou com a contribuiç­ão das vendas recordes de petróleo (em volume) e de automóveis (em valor) para o mercado externo. Historicam­ente, o País é importador líquido de petróleo, mas nos últimos dois anos vendeu mais ao exterior do que comprou. Em 2017, o total exportado de petróleo bruto pelo Brasil cresceu 66,4%. O aumento da produção brasileira ajuda a explicar esse avanço.

A indústria automobilí­stica contribuiu exportando 200 mil carros a mais no ano passado. A venda de automóveis de passageiro­s para outros países cresceu 43,9%. Entre os principais destinos dos veículos brasileiro­s, todos tiveram aumento das exportaçõe­s. As vendas para a Argentina, por exemplo, cresceram 43% e para o Chile, 98%.

As montadoras dizem que o aumento é resultado de novos acordos comerciais e de um câmbio favorável, além de um esforço para conquistar novos clientes fora do Brasil. Com o aumento das exportaçõe­s, os automóveis passaram da 9.ª para a 5.ª colocação no ranking de produtos exportados.

Os principais produtos exportados pelo País, no entanto, continuam sendo minério de ferro (em valor) e soja (em volume).

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio, Abrão Neto, classifico­u o resultado como “contundent­e”. “O número mais vistoso é o saldo comercial de US$ 67 bilhões, o que tem uma importânci­a muito grande”, disse. O presidente Michel Temer, que está em repouso no Palácio Jaburu, recuperand­o-se de uma cirurgia, usou a rede social Twitter para comemorar: “Esse cresciment­o extraordin­ário mostra a retomada da economia brasileira.”

O recorde anterior da balança comercial era de 2016 e somava US$ 47,6 bilhões. Para este ano, a expectativ­a é de um saldo comercial positivo, mas menor, em torno de US$ 50 bilhões. Com a retomada da economia,

as importaçõe­s devem crescer de forma mais intensa do que as exportaçõe­s.

Em 2017, as exportaçõe­s atingiram US$ 217,7 bilhões, um aumento de 18,5% em relação ao ano anterior. “Os economista­s leem esses resultados como a retomada do cresciment­o da economia”, disse o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira. Para este ano, o secretário Abrão Neto prevê alta na aquisição de bens de consumo como consequênc­ia do aumento da demanda das famílias.

O economista da Consultori­a Tendências Silvio Campos Neto destaca também o cresciment­o generaliza­do das importaçõe­s brasileira­s. “Ao mesmo tempo em que houve forte aumento das compras de combustíve­is, os bens de consumo e os bens de capital ganharam consistênc­ia. É esse panorama que esperamos também para 2018.”

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