Exportação cresce após 5 anos e saldo comercial bate recorde
Resultado de US$ 67 bilhões é o melhor desde 1989 e teve impacto da alta nas vendas de petróleo e automóveis
As exportações brasileiras voltaram a crescer depois de cinco anos de queda, levando a balança comercial a registrar saldo positivo de US$ 67 bilhões no ano passado – melhor resultado da série histórica iniciada em 1989. O recorde anterior era de 2016 e somava US$ 47,6 bilhões. As importações tiveram a primeira alta após três anos consecutivos de retração. O resultado foi reforçado pelas vendas recordes de petróleo (em volume) e de automóveis (em valor). Novos acordos comerciais e câmbio favorável contribuíram para a exportação de 200 mil carros a mais em 2017. Com isso, os automóveis passaram da 9.ª para a 5.ª colocação no ranking de produtos exportados. Os principais itens vendidos para o exterior continuam sendo minério de ferro (em valor) e soja (em volume), mas em 2017 a conta petróleo – resultado entre o que é comprado e o que é vendido – teve saldo positivo pelo segundo ano consecutivo. Para Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior, o resultado “sinaliza uma retomada econômica”. Para este ano, a expectativa é de saldo ainda positivo, mas em torno de US$ 50 bilhões.
Depois de cinco anos em queda, as exportações brasileiras voltaram a crescer levando a balança comercial a registrar um saldo positivo de US$ 67 bilhões no ano passado – o melhor resultado da série histórica iniciada em 1989. Já as importações tiveram o primeiro aumento após três anos consecutivos de retração.
O resultado contou com a contribuição das vendas recordes de petróleo (em volume) e de automóveis (em valor) para o mercado externo. Historicamente, o País é importador líquido de petróleo, mas nos últimos dois anos vendeu mais ao exterior do que comprou. Em 2017, o total exportado de petróleo bruto pelo Brasil cresceu 66,4%. O aumento da produção brasileira ajuda a explicar esse avanço.
A indústria automobilística contribuiu exportando 200 mil carros a mais no ano passado. A venda de automóveis de passageiros para outros países cresceu 43,9%. Entre os principais destinos dos veículos brasileiros, todos tiveram aumento das exportações. As vendas para a Argentina, por exemplo, cresceram 43% e para o Chile, 98%.
As montadoras dizem que o aumento é resultado de novos acordos comerciais e de um câmbio favorável, além de um esforço para conquistar novos clientes fora do Brasil. Com o aumento das exportações, os automóveis passaram da 9.ª para a 5.ª colocação no ranking de produtos exportados.
Os principais produtos exportados pelo País, no entanto, continuam sendo minério de ferro (em valor) e soja (em volume).
O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria e Comércio, Abrão Neto, classificou o resultado como “contundente”. “O número mais vistoso é o saldo comercial de US$ 67 bilhões, o que tem uma importância muito grande”, disse. O presidente Michel Temer, que está em repouso no Palácio Jaburu, recuperando-se de uma cirurgia, usou a rede social Twitter para comemorar: “Esse crescimento extraordinário mostra a retomada da economia brasileira.”
O recorde anterior da balança comercial era de 2016 e somava US$ 47,6 bilhões. Para este ano, a expectativa é de um saldo comercial positivo, mas menor, em torno de US$ 50 bilhões. Com a retomada da economia,
as importações devem crescer de forma mais intensa do que as exportações.
Em 2017, as exportações atingiram US$ 217,7 bilhões, um aumento de 18,5% em relação ao ano anterior. “Os economistas leem esses resultados como a retomada do crescimento da economia”, disse o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira. Para este ano, o secretário Abrão Neto prevê alta na aquisição de bens de consumo como consequência do aumento da demanda das famílias.
O economista da Consultoria Tendências Silvio Campos Neto destaca também o crescimento generalizado das importações brasileiras. “Ao mesmo tempo em que houve forte aumento das compras de combustíveis, os bens de consumo e os bens de capital ganharam consistência. É esse panorama que esperamos também para 2018.”