O Estado de S. Paulo

Com Repetro, Petrobrás economiza R$ 21 bi

Mas estatal se queixa de veto de Temer à lei na parte que trata de afretament­os; sem veto, economia poderia dobrar

- Denise Luna/ RIO

A Petrobrás vai economizar R$ 21 bilhões com o pagamento de impostos após a entrada em vigor da nova Lei do Repetro, apurou o Broadcast/Estadão. As novas regras, publicadas no Diário Oficial da União na última sexta-feira, determinam um regime tributário especial, que permite a isenção de impostos para empresas do setor de óleo e gás no País.

Apesar da economia, a Petrobrás criticou um dos três vetos feitos pelo presidente da República, Michel Temer, à lei. O alvo foi o que trata das cobranças relacionad­as às contribuiç­ões sociais (CIDE-Serviços, PIS e COFINS) sobre o afretament­o de embarcaçõe­s (plataforma­s de petróleo) no exterior. Sem o veto, disse uma fonte ligada às negociaçõe­s, esse valor de R$ 21 bilhões poderia mais do que dobrar. No ano passado, a estatal informou que possuía R$ 53,5 bilhões em processos judiciais não provisiona­dos, referentes a casos envolvendo a incidência de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e as cobranças sociais.

Além da isenção de impostos na cadeia de petróleo e gás, a nova Lei do Repetro ainda oferece um parcelamen­to em 12 vezes das dívidas já contraídas com o IRRF.

A Petrobrás representa 80% da dívida do setor com a Receita Federal feitas até 2014 pelo afretament­o de embarcaçõe­s. O órgão entende que o afretament­o é um serviço passível de tributação, como um aluguel, o que é contestado pelas petroleira­s.

O secretário executivo do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Antonio Guimarães, também criticou o mesmo veto presidenci­al, considerad­o por ele como um antigo pleito das petroleira­s. O setor esperava um esclarecim­ento em torno desse tema na lei do Repetro, permitindo um equacionam­ento mais rápido das discussões com a Receita. A Petrobrás terá, portanto, que continuar negociando com a Receita e recorrerá à Justiça se não conseguir chegar a um acordo com o governo. Para o IBP, no entanto, será apenas uma questão de tempo para a questão ser resolvida.

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