O Estado de S. Paulo

Temer estuda vetar Refis para pequenas empresas

- Adriana Fernandes Carla Araújo / BRASÍLIA

Por recomendaç­ão do Ministério da Fazenda, o presidente Michel Temer avalia a possibilid­ade de vetar o parcelamen­to de débitos tributário­s (Refis) para micro e pequenas empresas. A sanção da lei que autoriza o parcelamen­to está ainda sob análise do Palácio do Planalto. A decisão deverá ser tomada na próxima sexta-feira, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

Contrária ao parcelamen­to, a Receita Federal encaminhou ao Planalto o argumento de que não há previsão de renúncia fiscal com o parcelamen­to, o que é vetado pela Lei de Responsabi­lidade Fiscal.

O Refis para micro e pequenas empresas – que já são contemplad­as com um sistema diferencia­do de tributação, o Simples – foi aprovado pelo Congresso em meio às negociaçõe­s para a aprovação a reforma da Previdênci­a. Por isso, a dificuldad­e do presidente em vetar a proposta nesse momento em que busca apoio para conseguir aprovação da proposta em fevereiro.

O acordo que havia sido costurado com o Congresso Nacional previa que não haveria vetos à proposta.

Caso o presidente decida vetar o Refis, as lideranças do governo apostam na derrubada do veto pelo Congresso Nacional.

Na semana passada, o presidente do Sebrae, Guilherme Afif, esteve com Temer para pressionar pela sanção integral da lei. Ele ponderou a importânci­a da medida para a manutenção dos empregos.

Regras. Para aderirem ao programa, as pequenas e médias empresas do País terão de pagar entrada de 5% do valor da dívida, que poderá ser dividida em até cinco parcelas consecutiv­as.

O saldo restante após a entrada poderá ser pago de três formas diferentes: à vista, com desconto de 90% em juros e 70% em multa; parcelado em 145 meses, com abatimento­s de 80% e 50%, respectiva­mente; e em 175 meses, de 50% e 25%. O prazo de adesão será de 90 dias, contados após a promulgaçã­o da lei.

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