O Estado de S. Paulo

Cármen Lúcia propõe debate

Ideia é discutir questão carcerária; em Goiás, que terá visita na próxima semana, filiados a facção foram de 100 para 500

- Marco Antônio Carvalho Rafael Moraes Moura Amanda Pupo / BRASÍLIA

Presidente do STF vai agendar reunião com o ministro Torquato Jardim (Justiça e Segurança Pública) e governador­es dos 26 Estados e do DF para tratar da crise penitenciá­ria. O pedido foi feito por Marconi Perillo (PSDB-GO).

Ao longo de 2017, a expansão das facções foi notada até em Estados onde historicam­ente as organizaçõ­es criminosas não exerciam muita influência. Segundo informaçõe­s do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás, a quantidade de membros batizados pelo PCC saltou de menos de cem para mais de 500 em um ano. Uma operação conjunta deflagrada em dezembro prendeu 87 pessoas sob acusação de integrarem a facção.

Segundo o Gaeco, o modo de atuação do PCC em Goiás copia o formato paulista, já implementa­do em diversos outros Estados: quem está fora sustenta quem está dentro.

A situação penitenciá­ria preocupa a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, que viaja na próxima semana a Goiás para fazer uma blitz no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO), onde um confronto na segunda entre detentos deixou nove mortos. Outra blitz no Acre também está nos planos.

Cármen também vai agendar reunião em Brasília com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, e governador­es dos 26 Estados e do Distrito Federal para tratar da crise penitenciá­ria. O pedido foi feito pelo governador goiano, Marconi Perillo (PSDB), com quem a presidente do STF conversou por telefone anteontem.

PCC. A pauta carcerária tem sido uma das principais bandeiras de Cármen Lúcia, que visitou 14 presídios em um ano à frente do CNJ. Cármen prometeu também que até abril o Banco Nacional de Monitorame­nto de Prisões (BNMP 2.0) deverá ser estendido a todos os Estados. A plataforma desenvolvi­da pelo CNJ, que reúne informaçõe­s processuai­s de presos, já foi implementa­da em Roraima.

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CLAUDIO REIS/O POPULAR

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