Presidente tenta proibir livro sobre seu governo
Publicação narra nove meses de Trump na Casa Branca e tem declarações polêmicas de assessores próximos
O presidente americano, Donald Trump, mobilizou ontem sua equipe de advogados para impedir o lançamento de um livro sobre os bastidores da Casa Branca nos primeiros nove meses de seu mandato. Na terça-feira, a divulgação de trechos do livro com frases de seu ex-estrategista-chefe Steve Bannon levou Trump a criticá-lo.
O livro Fire and Fury: Inside the Trump White House, do jornalista e colunista de celebridades Michael Wolff, deve ser lançado no dia 9 e retrata Trump como um presidente volátil e despreparado para o cargo. O aviso legal enviado ontem ao autor e à sua editora, Henry Holt and Co., diz que os advogados de Trump vão entrar na Justiça contra ambos por calúnia e difamação, caso o livro seja publicado. A carta do advogado exige que a editora “cesse imediatamente e desista de qualquer publicação, lançamento ou divulgação do livro”.
Trump já havia mandado seus advogados agirem contra Steve Bannon. Em trecho do livro, publicado na imprensa americana na terça-feira, Bannon acusa o filho mais velho de Trump, Donald Trump Jr., seu genro, Jared Kushner e Paul Manafort, exchefe de campanha de Trump, de “traição” ao país.
Aos 63 anos, Bannon é diretor do site de extrema direita Breitbart News e saiu da periferia do movimento nacionalista americano para ser chefe de campanha de Trump e conselheiro mais próximo do presidente americano.
Para amenizar as acusações de Bannon, Trump disse que ele nunca foi um assessor próximo. “Dizer que Bannon não tem nada a ver com a presidência de Trump é como dizer que você nunca foi casado com sua exmulher”, disse John Dickerson, analista político conservador. “Pode ser verdade agora, mas não apaga a história.” Apesar da ira de Trump, Bannon disse ontem em seu programa de rádio que “ainda considera Trump um grande presidente e o defenderá todos os dias”.