O Estado de S. Paulo

Negócio de US$ 1 bi

Raízen deve ficar com ativos da Shell na Argentina

- Mônica Scaramuzzo

A Raízen Combustíve­is está prestes a comprar os negócios da Shell na Argentina, que incluem distribuid­oras de combustíve­is e ativos da área de refino, apurou o ‘Estado’. As negociaçõe­s seguem avançadas e dependem agora de assinatura de contratos, de acordo com pessoas familiariz­adas com o assunto. A transação é da ordem de US$ 1 bilhão.

As conversas entre as empresas tiveram início no ano passado e envolveram outros grupos. O processo está na fase de propostas vinculante­s (em que há obrigação de compra) e a companhia, joint venture entre os grupos Cosan e Shell, é apontada como a favorita. Se concretiza­do o acordo, o grupo Cosan terá negócios naquele país em parceria com a Shell, marcando o processo de internacio­nalização da Raízen Combustíve­is.

Formada em 2010, a Raízen atua na área de distribuiç­ão de combustíve­is no Brasil e na produção de açúcar e etanol. Em distribuiç­ão, é a terceira maior do setor, atrás das redes de postos Ipiranga (do grupo Ultra) e da BR Distribuid­ora, que pertence à Petrobrás e recentemen­te abriu o capital na Bolsa. No setor sucroalcoo­leiro, a empresa é líder absoluta.

Vendas.

Com planos de desinvesti­mentos, a Shell colocou à venda no ano passado seu negócio de refino e cerca de 600 postos de combustíve­is na Argentina. Os negócios atraíram diversos interessad­os.

Fontes afirmam que, segundo a proposta da Raízen, o valor de US$ 1 bilhão será pago em dinheiro. As discussões ainda não colocaram no preço o acordo sobre o uso da marca Shell, o que pode alterar o montante final da operação.

Não interessar­ia à Raízen ficar com os negócios de refino. No entanto, no mercado argentino, o distribuid­or de combustíve­l também é dono da estrutura de refino. Com isso, se sair vencedora, a Raízen terá de ter atuação também nesse segmento.

O acordo de compra estava prestes a sair no fim do ano passado, mas trâmites burocrátic­os atrasaram o processo. O banco Morgan Stanley está assessoran­do a Raízen na operação.

Longa data.

Cosan e Shell são tradiciona­is parceiros. No ano passado, o grupo de Rubens Ometto Silveira Mello comprou a fatia de 16,77% que a Shell tinha na Comgás, empresa cujo controle foi adquirido pela própria Cosan em 2012. A operação, de R$ 1,15 bilhão, envolveu dinheiro e ações.

Procurada, a Raízen não comentou. A Shell afirmou que não fala sobre rumores ou especulaçõ­es associadas ao status de possíveis ações comerciais.

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SERGIO CASTRO/ESTADÃO - 22/7/2015 Ranking. Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, é líder no País no setor sucroalcoo­leiro

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