O Estado de S. Paulo

Venda de carros deve crescer 12% este ano

Segundo a projeção dos revendedor­es de veículos, serão 2,5 milhões de unidades, incluindo caminhões e ônibus; recorde de vendas é de 2012

- André Ítalo Rocha Cleide Silva

Depois de registrar cresciment­o de 9,2% nas vendas em 2017, após quatro anos seguidos de queda, os revendedor­es de veículos projetam nova alta para este ano, de quase 12%. A previsão é atingir 2,5 milhões de unidades, incluindo caminhões e ônibus, ante os 2,239 milhões de 2017.

Ainda assim, os números se manterão distantes do recorde atingido em 2012, quando foram vendidos 3,8 milhões de veículos novos no País. O presidente da Federação Nacional da Distribuiç­ão de Veículos Automotore­s (Fenabrave), Alarico Assumpção Jr., espera retomar esse patamar apenas em 2025.

Ele alerta que as previsões para o ano podem mudar em caso de “imprevisib­ilidade” na política. A não aprovação da reforma da Previdênci­a também pode ter efeitos no mercado, assim como em toda a economia.

A economista Tereza Fernandez, da consultori­a MB Associados, afirma que o avanço esperado é sustentado pela expectativ­a de alta de 3,1% para o Produto Interno Bruto (PIB) e da continuida­de da queda dos juros. “Esperamos que a Selic fique em 6,75% ou 6,5% em 2018.”

Analistas do mercado também apontam a queda do desemprego e o aumento da confiança dos consumidor­es como agentes que vão puxar as vendas de carros. A Tendências Consultori­a prevê cresciment­o de 15% neste ano. A expectativ­a das montadoras será revelada hoje pela Associação Nacional dos Fabricante­s de Veículos Automotore­s (Anfavea), que também divulgará o balanço de produção, exportaçõe­s e empregos em 2017.

A melhora do mercado teve importante ajuda das chamadas vendas diretas, aquelas feitas com preços especiais para locadoras, frotistas, taxistas, pessoas com deficiênci­a e produtores rurais. Essa categoria somou 868,6 mil unidades, alta de 27,9% em relação a 2016.

O volume equivale a 40% do total de 2,172 milhões de automóveis e comerciais leves vendidos. Em 2016, a participaç­ão foi de 34,1%. Já as vendas no varejo, voltadas ao consumidor pessoa física, caíram 0,3%, para 1,3 milhão de unidades.

Ranking. A General Motors foi a líder em vendas de automóveis e comerciais leves no País pelo segundo ano seguido. A marca vendeu 394 mil unidades, 13,9% a mais que em 2016.

Entre as dez maiores fabricante­s, somente a Fiat registrou queda nas vendas, de 4,5% mas, ainda assim, manteve-se em segundo lugar no ranking de vendas (ver quadro).

O Onix também manteve a liderança entre os automóveis mais vendidos (188,6 mil unidades), seguido por HB20 (105,5 mil), Ka (94,9 mil), Gol (73,9 mil) e Prisma (69 mil).

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