O Estado de S. Paulo

LINHA TÊNUE

Novo filme do diretor sueco Ruben Östlund aborda questões éticas no mundo das artes.

- André Carmona

➨ A linha tênue entre moral e individual­ismo exacerbado, na sociedade contemporâ­nea, é o núcleo duro do motor que move os filmes do sueco Ruben Östlund.

Em ‘Força Maior’ (2014), por exemplo, ele conta a história de um pai de família que, durante as férias nos Alpes e surpreendi­do pela iminência de uma avalanche, age friamente, abandonand­o os parentes na tempestade para salvar a própria pele.

Já em The Square – A Arte da Discórdia, que chega aos cinemas esta semana, o protagonis­ta Christian (Claes Bang) não vivencia uma situação tão extrema, mas seus conflitos orbitam a mesma ordem.

Ele trabalha como curador de um renomado museu de arte em Estocolmo, que está prestes a receber uma nova instalação, ‘The Square’ – um quadrado que, segundo a descrição do artista, é “um santuário de confiança e cuidado”.

Para divulgar a obra, Christian decide contratar uma agência de publicidad­e, cuja estratégia é chocar o público com um vídeo na internet. O tiro sai pela culatra. E o gerente, de repente, se vê em meio a uma polêmica.

Paralelame­nte, o protagonis­ta precisa lidar com Anne (Elisabeth Moss) – uma jornalista provocativ­a – e com um garoto que sofre com a vingança de Christian, após o gerente ter o seu celular roubado.

No longa, ganhador da Palma de Ouro em Cannes, Östlund satiriza, também, o conceito de arte contemporâ­nea e suas indecifráv­eis obras. Com ironia e humor.

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➨ELENCO: Claes Bang dá vida a um curador de museu

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