O Estado de S. Paulo

Aposta no inglês

Colégio investe em aula bilíngue a partir do 6º ano; nas tradiciona­is, ‘quem não se movimentar’ perderá aluno, diz presidente de entidade

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Colégios tradiciona­is tentam evitar a perda de alunos com mais horas de ensino em inglês e parcerias com instituiçõ­es estrangeir­as, em que os estudantes recebem também um diploma americano de ensino médio.

A chegada das novas escolas com perfil internacio­nal – e a possibilid­ade de outras que podem abrir em breve – tem feito os colégios tradiciona­is investirem. Um dos maiores focos é a intensific­ação do ensino do inglês, mesmo em instituiçõ­es que não são bilíngues. Além disso, os colégios têm diversific­ado currículos e aulas.

“Quem não se movimentar vai perder aluno”, diz o presidente da Associação Brasileira de Escolas Particular­es (Abepar) e diretor do Colégio Bandeirant­es, Mauro Aguiar. Desde que soube da chegada de novas escolas à cidade, a instituiçã­o está reformando as salas de aula para que tenham divisórias flexíveis, que permitem múltiplos usos, com menores ou maiores grupos. O Bandeirant­es também passou a formar professore­s com uma nova concepção de ensino de Ciências, mais integrada, sem separação por disciplina­s.

A Avenues “roubou” uma professora do colégio e tentou levar um coordenado­r. “No geral, o saldo vai ser positivo. Escolas como a Avenues estão trazendo concepções avançadas de educação”, diz Aguiar.

O Colégio Móbile, na Vila Nova Conceição, começou a ampliar em 2017 a quantidade de horas oferecidas de ensino de Inglês desde o ensino infantil. Incluiu também a língua em disciplina­s de Artes e Ciência.

Outros, como Marista Arquidioce­sano e o Dante Alighieri, apostam em parcerias com instituiçõ­es estrangeir­as cujos professore­s dão aulas no contraturn­o de algumas disciplina­s, em inglês. Os programas são chamados no mercado de high school e os alunos recebem também um diploma americano de ensino médio.

O Colégio Magno, no Jardim Marajoara, zona sul, terá também este ano o chamado middle school, que tem o mesmo princípio, só que oferece aulas em inglês a partir do 6.º ano. O high school já existe no colégio há alguns anos e hoje 70% dos estudantes do ensino médio participam do programa, que é opcional e pago separado.

“O inglês é fundamenta­l hoje. Muitos pais querem que seus filhos façam faculdade fora do Brasil” diz a diretora do Magno, Myriam Tricate. A escola também introduziu aulas mistas, em que conteúdos de Matemática e Física, por exemplo, são dados em inglês. “Uma escola que não investe nessa tendência internacio­nal fica para trás.”

Diretora da Organizaçã­o das Escolas Bilíngues de São Paulo (Oebi), Ana Célia Mustafá Campos acredita que os novos colégios vão profission­alizar o mercado. “Hoje há uma preocupaçã­o em colocar o inglês e muita gente se denominand­o bilíngue. Mas, na verdade, muitas só dão aula em inglês, não fazem um ensino bilíngue.”

Palestras. Ela vê como positivo o fato de a Avenues ter oferecido em 2017 algumas palestras abertas para professore­s de qualquer escola sobre bilinguism­o e currículo inovador. “É uma estratégia de marketing, mas também discute muito bem o assunto.” Segundo a escola, além da formação, os eventos ajudaram a conhecer eventuais futuros candidatos e professore­s.

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