O Estado de S. Paulo

DIDI E UBER VÃO TRAVAR GUERRA PELO BRASIL

Com a compra da 99, chinesa sinaliza que pretende abandonar planos de expansão solo pela América Latina

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Com a aquisição da 99 no Brasil, a chinesa Didi Chuxing tenta ampliar sua “ponte” com a América Latina, um dos mercados mais promissore­s para os aplicativo­s de transporte – hoje, São Paulo e Rio estão entre as maiores cidades do Uber em volume de corridas no mundo. Não é de hoje que a gigante chinesa – que possui mais de 21 milhões de motoristas conectados à sua plataforma na China – estuda entrar em países na região.

Segundo a agência de notícias Reuters, a chinesa planejava lançar uma versão de seu aplicativo no México ao longo de 2018. Com a aquisição do aplicativo brasileiro, pode ser que os planos mudem um pouco, com a chinesa canalizand­o os investimen­tos para dominar a região por meio da 99. Há também rumores de que a 99 possa substituir sua marca pela Didi, para manter o padrão global.

“A Didi está fazendo no Brasil um movimento parecido ao que fez na Ásia e na Europa”, diz Benjamin Rosenthal, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). “O grupo faz um aporte em algumas empresas e vai aumentando sua participaç­ão com o tempo.” Segundo apurou o Estado, além de pagar US$ 600 milhões pela 99, a Didi planeja injetar outros US$ 300 milhões na companhia ao longo dos próximos anos, o que pode dar fôlego para a empresa enfrentar a forte concorrênc­ia do Uber na região.

Paulo Veras, cofundador da 99, afirmou que a empresa tem potencial para encabeçar a expansão da Didi na América Latina, uma vez que seu aplicativo está mais adequado a particular­idades das cidades da região, como o alto índice de criminalid­ade. “O México é mais parecido com o Brasil do que com a China”, diz ele. “O aplicativo brasileiro está mais preparado para garantir a segurança dos usuários e também para transações com cartão de crédito.”

Para Mate Pencz, cofundador e presidente executivo da Printi, além de sócio do fundo de venture capital Canary,

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