O Estado de S. Paulo

Embalada pela praia

Preparada para receber visitantes o ano inteiro, casa em Florianópo­lis propõe resgate estético

- Marcelo Lima / REPORTAGEM

Em um mapa de 1786, a localidade, já então famosa por seu mar tranquilo, de ondas suaves e águas claras, surge identifica­da apenas como ‘Praia Cana Vieiras’, em provável alusão a uma variedade de canade-açúcar no passado cultivada por lá. Um dos destinos mais procurados do verão de Florianópo­lis, Canasvieir­as é hoje um bairro e uma praia. Com suas casas de sonhos e comércio descolado, ferve nos dias mais quentes, mas encanta em qualquer estação.

“Pensamos o projeto para receber os moradores e seus hóspedes durante todo o ano, não somente nos meses de verão. Todos os

pisos são aquecidos. Além disso, do ponto de vista visual, a construção remete às casas mediterrân­eas, frequentad­as pelos europeus mesmo durante o inverno”, conta a arquiteta Juliana Pippi, responsáve­l pela reforma desta residência de veraneio com 400 m² de área e paisagem a perder de vista.

“Meu principal desafio foi dotar o imóvel de conforto, mas sem perder a conexão com a simplicida­de”, afirma Juliana, que levou a cabo uma distribuiç­ão sem maiores complicaçõ­es. No piso térreo, fica a área social e no superior, a íntima. Ao todo, são três suítes e três salas, além de bar, cozinha gourmet com churrasque­ira e área de serviço.

Em referência às construçõe­s insulares gregas, paredes originais de pedra foram preservada­s. Isso sem falar dos batentes e rodapés de madeira, que uma vez trocados ganharam tonalidade azul típica, reforçando a inspiração helênica da decoração.

Sintonizad­as com o clima, as cadeiras da sala de jantar, por exemplo, receberam capas de algodão cru, mais fáceis de remover e

lavar. Já a madeira bruta, além dos móveis, marca presença na escada de acesso ao segundo pavimento, enquanto uma antiga escotilha de navio de metal oxidado acabou se transforma­ndo em janela no lavabo.

“A paisagem é, sem dúvidas, o carro-chefe desse projeto”, assume Juliana, que não poupou esforços para fazer dela parte integrante da rotina de seus frequentad­ores. “Queria que a vista da praia literalmen­te invadisse todos os ambientes”, comenta ela que, para tanto, não só procurou aumentar ao máximo o tamanho das esquadrias, como também decidiu preservar a altura dos muros originais que circundam a casa. “Aqui se percebe este elo entre o rústico e o contemporâ­neo. A pedra e o vidro trabalhand­o juntos para possibilit­ar a visualizaç­ão da paisagem”, comenta a arquiteta.

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Como estavam muito danificada­s, algumas das esquadrias de madeira tiveram de ser substituíd­as por modelos de PVC e vidro
c Como estavam muito danificada­s, algumas das esquadrias de madeira tiveram de ser substituíd­as por modelos de PVC e vidro
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c Construção remete às casas mediterrân­eas frequentad­as pelos europeus mesmo durante o inverno
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FOTOS: MARIANA BORO
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Manter todos os cômodos com vista para o mar foi a obsessão da arquiteta Juliana Pippi na reforma; acima, aroeira de 7 metros de altura atravessa os dois pavimentos da casa e filtra a luz que incide no deck
l Manter todos os cômodos com vista para o mar foi a obsessão da arquiteta Juliana Pippi na reforma; acima, aroeira de 7 metros de altura atravessa os dois pavimentos da casa e filtra a luz que incide no deck
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 ??  ?? Na sacada da suíte principal foi instalado um pergolado com fechamento de vidro retrátil. Nessa mesma área, um deck com spa, que oferece condições ideais de relaxament­o, além de vista permanente para o mar
Na sacada da suíte principal foi instalado um pergolado com fechamento de vidro retrátil. Nessa mesma área, um deck com spa, que oferece condições ideais de relaxament­o, além de vista permanente para o mar

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