O Estado de S. Paulo

‘Conceito de farmácia está em transforma­ção no Brasil’

Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Abrafarma

- / MÔNICA SCARAMUZZO

Com a autorizaçã­o da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que farmácias e drogarias de todo o País possam oferecer o serviço de vacinação em suas unidades, o setor de varejo farmacêuti­co se prepara para significat­ivas mudanças nos próximos anos. Sérgio Mena Barreto, presidente executivo da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), diz que há um potencial de expansão entre US$ 2 bilhões e US$ 4 bilhões em receita nos próximos anos com essa nova resolução, com a entrada de 20 milhões a 40 milhões de potenciais clientes. “O papel da farmácia é ser um agente complement­ar na área de saúde”, afirma.

• O que já mudou com a resolução da Anvisa em dezembro?

Mesmo com a resolução aprovada em dezembro, o varejo farmacêuti­co já estava se preparando nos últimos anos para prestar esse serviço. Das 7 mil unidades associadas à Abrafarma, pelo menos 1,4 mil já possuem salas de serviço. As farmácias podem prestar serviços de saúde e já fazem pequenos monitorame­ntos em suas unidades. A expectativ­a é crescer o faturament­o do setor. Nos Estados Unidos esse serviço já é autorizado. A diferença é que a lei é estadual e vale para cada Estado. A vantagem no Brasil é que a lei é nacional.

• Qual é o potencial de expansão?

Há uma expectativ­a de agregar de 20 milhões a 40 milhões de pessoas, com uma receita média entre US$ 2 bilhões e US$ 4 bilhões nos próximos anos.

• O conceito de farmácia mudou?

O conceito vai mudar mais. Nos últimos dez anos até 2017, a venda de não medicament­os cresceu considerav­elmente. No ano passado, estacionou, como reflexo da crise. A nossa prévia indica que a receita do setor atingiu R$ 44,4 bilhões entre janeiro e dezembro, alta de 8,8% sobre o ano de 2016.

• O sr. está otimista em relação a 2018? A receita cresce acima de dois dígitos? Sempre sou otimista. Acredito que cresça acima de dois dígitos, mas ainda não tenho previsão fechada. No ano passado tivemos cerca de 500 aberturas de novas lojas e o cresciment­o foi orgânico.

• Ano eleitoral altera o faturament­o? Sim. Altera diante das incertezas criadas antes das definições dos candidatos à Presidênci­a e, a depender do candidato, a economia pode ser afetada. Feriado de modo geral também prejudica as vendas, assim como a Copa do Mundo.

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FABIA MERCADANTE–11/3/2015

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