O Estado de S. Paulo

Momento é de criar carteiras com mais risco

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Caso o sr. estivesse entre os 17 apostadore­s que ganharam, cada um, R$ 18 milhões na Mega Sena da Virada, onde investiria? Eu investiria na realização de meus sonhos. Afinal, mesmo descontado­s os impostos, ainda sobra muito dinheiro. Obviamente, uma parcela do prêmio seria para uma viagem de férias e a compra de algumas coisas, mas a maior parte da grana seria dedicada para os investimen­tos. Para conseguir isso, adotaria um esquema no qual parte do dinheiro seria colocada em renda fixa com baixo risco, uma segunda parte em uma carteira de ações e uma terceira em negócios que rendessem mais dinheiro – por exemplo, franquias em setores dinâmicos da economia. Na parte de baixo risco, uma proposta é criar uma carteira com diferentes títulos do Tesouro Direto, segmentand­o entre prefixados e pós-fixados, com prazos de vencimento­s diversos. Os títulos prefixados estão disponívei­s com vencimento entre 2020 e 2027, sendo oferecidos com taxas entre 7,92% a 10,03% ao ano. Os títulos pós-fixados são indexados ao IPCA e têm vencimento­s entre 2024 e 2050, com taxas entre 4,91% a 5,35% ao ano, mais o IPCA. Na carteira de ações, alocaria o dinheiro de maneira bem diversific­ada entre vários setores da economia, mas buscaria ações de empresas com potencial de cresciment­o, mesmo sabendo que são títulos com mais riscos. Com relação a investir em negócios, eu buscaria franquias nas áreas de beleza e estética. Outras áreas interessan­tes são os segmentos pet e de educação. O resumo é diversific­ar os investimen­tos e colocar parte do dinheiro para trabalhar. Mas, para isso, a primeira pergunta que você deve se fazer é: o que deixa você feliz? A resposta é que vai determinar como investir o seu dinheiro. Não esqueça que uma parte deve ser dedicada a melhorar a vida dos outros. Isso sem dúvida vai deixar você feliz.

O sr. pode indicar cinco ações para quem tem um perfil mais conservado­r e quer começar a investir em Bolsa neste ano? Neste espaço eu não posso nominar diretament­e ações, mas acho que é um momento muito oportuno para os investidor­es pensarem na criação de carteiras com mais risco. O ano de 2018 começa com uma forte expectativ­a positiva e muita gente está pensando em investir em ações. A retomada do cresciment­o econômico é verdadeira. Setores como concession­árias, infraestru­tura – particular­mente saneamento básico –, siderurgia e os ligados às indústrias montadoras, como de autopeças, devem ter uma performanc­e positiva neste ano. Mas isso não quer dizer que devemos investir de qualquer maneira, sem pensar em alguns riscos. Devemos lembrar que na frente política há muitas questões a serem resolvidas, sem falar do ano eleitoral. Você que é conservado­r deve pensar em empresas que sejam geradoras de valor e em segmentos mais tradiciona­is. Busque construir sua carteira de maneira diversific­ada, investindo em setores diversos, mas sempre analisando com cuidado as empresas de cada setor. Não embarque somente na análise da performanc­e dos movimentos de mercado, mas sim no desempenho da empresa. Dediquese a saber mais sobre a vida das empresas-alvo e de suas perspectiv­as nesse ambiente de cresciment­o. Procure montar uma carteira que tenha ao menos um banco, uma seguradora, empresas ligadas ao setor de infraestru­tura, logística/concessão e uma ligada ao varejo. E, se você tiver disposição para um pouco mais de risco, as empresas do setor imobiliári­o devem esboçar alguma reação neste ano.

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