O Estado de S. Paulo

Viável ou negociável?

- Humberto Dantas CIENTISTA POLÍTICO DA 4E CONSULTORI­A

Especialis­tas afirmam que o bloco de centro direita se mantém no poder caso convirja para candidatur­a presidenci­al única. A partir disso, o desafio é convencer o eleitor da melhora econômica, encontrar nome viável e, principalm­ente, unir MDB, PSDB, DEM, PP e PSD.

Para tal missão, os apontados carregam fragilidad­es, e nas últimas semanas a bola da vez é Geraldo Alckmin. Mas se é, por que se fala em Luciano Huck, Rodrigo Maia e Henrique Meirelles? O primeiro atenderia ao clamor por renovação. Os demais parecem estratégia­s para conquistar espaços eleitorais. Na falta de um nome óbvio, partidos fazem testes para negociar desistênci­as. Isso passa pelas eleições estaduais e pela divisão de poder em caso de vitória – que a centro direita dá como certa, elevando o preço dos apoios.

Entre os partidos envolvidos, o DEM é o mais frágil, com menos dinheiro e tempo de TV. Tão frágil quanto a legenda é seu suposto candidato. Maia é bom de bastidores, uma espécie de Michel Temer em formação, jovem e filho de político experiente. Seria um bom vice, poderia tentar o governo estadual, mas em 2012 sua experiênci­a majoritári­a foi trágica. Ademais, depois de 2006, quando superou 200 mil votos para deputado, seu desempenho vem caindo e atingiu 53 mil votos em 2014.

Por fim, Maia é pouco carismátic­o e tímido. Virtudes existem, mas antes de mostrá-las precisará se explicar na Lava Jato. Isso exige tempo e esforços que não parecem caber na agenda de quem controla a Câmara dos Deputados.

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