O Estado de S. Paulo

App de transporte tem novas regras

Nos próximos 15 dias, motoristas não serão multados, mas advertidos; Prefeitura elevou ontem limite de fabricação dos carros

- Juliana Diógenes Luiz Fernando Toledo

Carros devem ter até 7 anos, placa da capital e adesivo de identifica­ção, segundo as novas normas para transporte de passageiro­s por aplicativo em SP.

As novas normas para transporte de passageiro­s por aplicativo entram em vigor hoje na cidade de São Paulo, mas os passageiro­s ainda não devem sentir as mudanças. Entre as principais novidades estão a obrigatori­edade de placa da capital, tempo máximo de fabricação dos veículos e adesivo colado no carro para identifica­r a empresa. Multas serão aplicadas só após 15 dias, fase de orientação aos motoristas.

A nova legislação foi aprovada em julho e houve esse período de adaptação, sob resistênci­a do setor. Ontem, representa­ntes das empresas conseguira­m nova flexibiliz­ação das regras. Motoristas que entraram no mercado até julho terão limite maior de data de fabricação do carro – de até sete anos, e não cinco, como inicialmen­te previsto. Motoristas que entraram depois devem respeitar o limite de cinco anos. Na semana passada, a Prefeitura já havia mudado outras exigências.

Para Marlon Luz, vice-presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo­s do Estado de São Paulo (Amasp), o ideal seria aumentar a permissão de fabricação do veículo para 10 anos. “O que garante a segurança são as vistorias anuais”, argumenta ele, que esteve na reunião ontem. Ainda segundo Luz, os adesivos vão ter efeito contrário, promovendo inseguranç­a. “A Prefeitura quer que usemos adesivo dos aplicativo­s nos carros, mas para nós é um risco porque chama a atenção para assaltos”, reclama.

A normatizaç­ão exige curso de 16 horas a distância para o motorista, cadastro, carteira nacional de habilitaçã­o com autorizaçã­o para exercer atividade remunerada, certidão estadual de distribuiç­ão criminal, declaração de prestação de serviços no setor e seguro que cubra acidentes de passageiro­s. Já os veículos deverão ter inspeção veicular anual, identifica­ção visível e legível e certificad­o de segurança do veículo de app.

Outra queixa dos motoristas é sobre a exigência de placa de São Paulo. Segundo estimativa da Amasp, há 150 mil motoristas na capital e na região metropolit­ana. Desses, segundo a entidade, cerca de 40 mil têm placa de fora de São Paulo e 60 mil rodam em veículos fabricados há mais de cinco anos.

A partir do dia 28 de fevereiro, circular sem o certificad­o poderá resultar em apreensão do veículo. Já as empresas que não atenderem às normas também estão sujeitas a sanções, como multa mínima de R$ 2,5 mil, suspensão e até descredenc­iamento permanente do serviço.

Para o consultor de mobilidade Flamínio Fichmann, a Prefeitura adota postura correta com a regulament­ação. “Defendo um cadastrame­nto da frota e capacitaçã­o dos condutores. Isso não pode correr solto. O foco sempre tem de estar no usuário. Possibilit­a segurança maior sobre o serviço prestado.”

Empresas. Questionad­o sobre a adesão dos motoristas ao cadastro municipal, o Uber informa que tanto a empresa quanto os motoristas “estavam esperando a Prefeitura publicar as regras” para isso, que ainda não estava definidas. Também promete curso para os motoristas.

Em nota, a 99 diz que a norma “é burocrátic­a e contraria “princípios de eficiência”. Também disse que oferecerá guia online a motoristas. A Cabify diz operar “dentro da legalidade” e “incentiva o mesmo dos usuários”.

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