15 mi receberão vacina diluída de febre amarela
Nova fase de imunização será realizada em 75 cidades em 3 Estados, 52 delas em São Paulo; campanha paulista terá foco inicial no litoral norte
A vacina de febre amarela será fracionada em 75 municípios do País, com o objetivo de imunizar 15 milhões de pessoas. A decisão, antecipada pelo Estado, tem como objetivo tentar bloquear o avanço da circulação do vírus.
O produto fracionado tem um quinto da vacina integral e será pela primeira vez usado no País. A diferença em relação à dose normal é o tempo de proteção. A integral vale, em tese, para a vida toda e a diluída, conforme estudos, por oito anos. A dose fracionada terá um selo especial para diferenciar. E recomendação para reforço no futuro.
São Paulo, Rio e Bahia vão organizar campanhas. Minas não terá distribuição porque a cobertura vacinal chega a 90%; no Espírito Santo, por sua vez, a cobertura é de 85%, mas há reserva para toda a população.
O objetivo da nova fase é imunizar 19,7 milhões, também considerando as doses integrais. “É uma medida de emergência”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros. “O objetivo é evitar uma epidemia como a que ocorreu no ano passado”, completou a coordenadora do programa Nacional de Imunização do ministério, Carla Domingues.
No Rio, a vacinação será feita em 15 municípios, incluindo a capital, entre os dias 19 fevereiro e 9 de março. Na Bahia, a campanha será realizada no mesmo período, em oito municípios, incluindo também a capital, Salvador. Nesses dois Estados, o dia D (de campanha maciça) será 24 de fevereiro.
Ação paulista. Em São Paulo, a vacina fracionada será usada em 52 municípios. O período de campanha será entre os dias 3 e 24 de fevereiro – com o primeiro e o último sábado com abertura completa de postos. A meta do Estado é vacinar nesta iniciativa 4,9 milhões de pessoas com a dose fracionada e 1,4 milhão com a padrão.
Até o fim do ano, a expectativa é de que toda a população paulista seja vacinada. Na primeira etapa, a campanha com as doses fracionadas será em cidades na área do litoral norte. “No centro da capital, por exemplo, onde o risco é menor, a vacinação ocorrerá na última fase desse esforço, já próximo do fim do ano”, afirmou Marcos Boulos, coordenador paulista de controle de doenças.
O ministro não descartou a possibilidade de que o fracionamento seja levado a outras cidades. Isso poderá ocorrer na hipótese de novos registros de mortes de macacos provocadas pela doença, em áreas hoje consideradas livres de risco.
O avanço de casos ocorre meses depois de o Ministério da Saúde declarar o fim da epidemia de febre amarela. A decretação foi feita em setembro, apesar de não ter havido uma redução do número de mortes de macacos, um sinal de que a circulação do vírus persistia no País.
O ministro, no entanto, negou que o governo tenha sido precipitado. “Morte de macacos sempre vai ocorrer”, disse. “Tomamos a decisão porque o País havia ficado três meses sem registro de casos em humanos”, afirmou Barros. Entre dezembro de 2016 e junho do ano passado, o País registrou 777 casos, com 261 óbitos.