O Estado de S. Paulo

Petrobrás já aderiu três vezes ao Refis, com economia de R$ 2,9 bi

- /LUCIANA DYNIEWICZ

Entre as empresas que receberam perdão de parte de suas dívidas no ano passado estão algumas das maiores do País, como Petrobrás, Ambev, BRF e JBS. Só a companhia dos irmãos Wesley e Joesley Batista – que estão presos desde setembro – anunciou, em outubro, que economizar­ia R$ 1,1 bilhão aderindo ao programa do governo.

Na Petrobrás, foram três adesões que resultaram em uma economia de R$ 2,9 bilhões – 30% das dívidas renegociad­as. Já a BRF teve um impacto positivo em seu resultado financeiro de R$ 220 milhões com a adesão. A Ambev não informou quanto economizou, apenas que pagaria R$ 3,5 bilhões – R$ 1 bilhão no ano passado e o restante em 145 parcelas mensais.

As companhias não comentam suas adesões, mas, segundo consultore­s da área, elas veem no Refis uma oportunida­de para encerrar ações tributária­s que correm na Justiça. “As empresas já contam com o fato de que o governo lançará, a cada três ou cinco anos, um programa de parcelamen­to de tributos. Elas enxergam nesse sistema uma política paliativa (ao complexo sistema tributário brasileiro) e uma oportunida­de para limpar a casa”, diz o diretor executivo de contencios­o tributário da EY (antiga Ernest Young), Murillo Villas.

A advogada Cassandra Alcade, da Delloite, diz que há discussões tributária­s que podem levar até 17 anos para serem resolvidas. Quando o governo lança um Refis, as empresas aproveitam para analisar se é mais vantajoso aguardar uma decisão da Justiça ou pagar a dívida parcelada e com desconto parcelada. “(O Refis) hoje faz parte da gestão de contencios­o das empresas”, afirma Cassandra.

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