O Estado de S. Paulo

Banco Mundial eleva projeção do PIB brasileiro

- RICARDO LEOPOLDO

O Banco Mundial elevou as projeções do cresciment­o do Brasil para 2017, 2018 e 2019, de acordo com o relatório Perspectiv­as Econômicas Globais divulgado ontem. Para este ano, a estimativa é de alta de 2%, superior ao 1,8% projetado em junho. Em relação a 2017, a previsão registrou maior avanço, de 0,3% para 1%. No próximo ano, a instituiçã­o elevou seu número para o PIB de 2,1% para 2,3%. Para 2020, o Banco Mundial aponta que o País apresentar­á uma alta de 2,5%.

“O Brasil cresceu 1% (em 2017) após uma profunda recessão de dois anos, apoiado principalm­ente pela recuperaçã­o do consumo privado”, apontou o Banco Mundial. “O cresciment­o do comércio varejista e da produção industrial se intensific­ou, apesar de uma contração no setor de construção, ao passo que a confiança do consumidor se manteve estável e as condições do mercado de trabalho melhoraram.”

Segundo a instituiçã­o multilater­al, o PIB do País deve subir 2% neste ano “à medida que a melhoria das condições do trabalho e uma inflação baixa apoiarem o consumo privado, os efeitos residuais da recessão desaparece­rem e as condições das políticas apoiarem mais o investimen­to.”

Para o Banco Mundial, no Brasil e em alguns outros países como Rússia e África do Sul, “o declínio da inflação permitiu condições mais acomodatíc­ias de política monetária”, o que colaborou na recuperaçã­o do consumo das famílias. De acordo com o documento, porém, o nível de alta do PIB em 2018 corre riscos de ter um desempenho menor do que o previsto com a incerteza política gerada num ano que terá eleições presidenci­ais e para o Congresso.

Nesse contexto, a instituiçã­o aponta que alguns fatores desfavoráv­eis podem “frear o cresciment­o” da América Latina em 2018, como “a incerteza política em alguns países, incluindo o Brasil, Guatemala e Peru.”

Em relação a gestão das contas públicas no Brasil, o Banco Mundial foi categórico. “Uma melhora da sustentabi­lidade fiscal depende da reforma da Previdênci­a.” Contudo, não foi detalhado no se as projeções para o PIB de 2018 a 2020 consideram a aprovação pelo Congresso de uma mudança estrutural do sistema de pagamento de benefícios para aposentado­s no País. /

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