Vendas do varejo têm alta de 0,7% com Black Friday
Liquidação contribuiu para crescimento em novembro; supermercados completaram oito meses de resultado positivo
As promoções da Black Friday ajudaram a impulsionar as vendas do varejo em novembro ante outubro de 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume vendido cresceu 0,7%, o melhor desempenho para o período desde 2011, de acordo com a Pesquisa Mensal de Comércio.
Os preços mais baixos durante a liquidação nacional, realizada em 24 de novembro, elevaram especialmente os resultados de móveis e eletrodomésticos e do setor de outros artigos de uso pessoal e doméstico, que inclui as lojas de departamento.
“Black Friday é basicamente eletrodoméstico e eletroeletrônico. Esses dois grupos tiveram quedas fortes no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo em novembro, então ajudaram o varejo”, observou Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
“Não por acaso são setores que têm perfil muito marcado de vendas pela internet”, completou Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, houve crescimento de 2,5% no volume vendido em novembro ante outubro. Considerado essencial, o setor de supermercados teve expansão de 0,8%, completando oito meses fora do território negativo, período em que acumulou ganho de 6,5%.
“Não pode botar toda a alta do varejo na conta da Black Friday porque há melhora também em outros setores. Há uma recomposição de renda por conta da melhora do mercado de trabalho e uma redução de inflação”, disse Isabella Nunes.
O resultado mostra que a recuperação do consumo das famílias segue gradual e deve ter aceleração moderada em 2018, avaliou o economista André Muller, da gestora de recursos AZ Quest. “O que vai ajudar o consumo são os juros baixos e a queda do desemprego, mas a renda real estável deve limitar esse crescimento”, opinou Muller, que estima aumento de 0,9% para o consumo das famílias em 2017 e de 3% em 2018.
A CNC espera crescimento de 3,9% no varejo ampliado em 2017 e de 5,1% em 2018.