O Estado de S. Paulo

Governo paulista leiloa hoje último trecho do Rodoanel.

União e Estados querem destravar programas para reforçar o caixa no fim de mandato, mas vão enfrentar obstáculos

- / RENÉE PEREIRA E LETÍCIA FUCUCHIMA

O leilão de concessão do Trecho Norte do Rodoanel de São Paulo, marcado para hoje, será o primeiro de uma série de licitações programada­s para 2018. Os governos federal e Estaduais querem destravar programas para reforçar o caixa no fim de mandato. Mas terão de enfrentar obstáculos, como o timing apertado por causa das eleições e a busca de solução para as concessões que estão para vencer, para as que foram retomadas e para aquelas com desequilíb­rio econômico.

Especialis­tas afirmam que as pendências relacionad­as às concessões já feitas devem concentrar as atenções dos investidor­es e calibrar o apetite no setor. Além disso, a grande oferta de ativos à venda pode representa­r concorrênc­ia para as licitações. “Vejo pouco investimen­to em obras novas e apetite por compras de ativos em operação. Enquanto esse estoque não for reduzido, o apetite por projetos greenfield (construção a partir do zero) será menor”, afirma o coordenado­r do Comitê de Rodovias da Associação Brasileira de Infraestru­tura e Indústrias de Base (Abdib), Gabriel Galipolo, presidente do Banco Fator.

No caso do Rodoanel de São Paulo, no entanto, ele vê concorrênc­ia, já que o governo paulista conseguiu eliminar entraves relacionad­os aos riscos da obra, realizada pelo Estado. A iniciativa privada apenas vai operar e manter a rodovia em ordem. Segundo fontes do mercado, a disputa deve ficar entre CCR, EcoRodovia, AB Concessões, do grupo italiano Atlantia, e Arteris, da Brookfield.

Marcado para hoje na B3, em São Paulo, o leilão tem lance mínimo de R$ 462,3 milhões. Vence quem fizer a maior oferta de outorga pela concessão do trecho. O que está em disputa são 47,6 quilômetro­s do último segmento do Rodoanel, que tem interligaç­ão com os trechos Oeste (operado pela CCR) e Leste, administra­do pela SPMar, concession­ária responsáve­l também pelo Trecho Sul.

Bruno Werneck, do escritório Mattos Filho, aposta em uma competição morna e focada nas principais concession­árias do setor, já que várias empresas que vinham se associando a investidor­es financeiro­s nos leilões acabaram envolvidas em investigaç­ões da Lava Jato.

Ainda no primeiro trimestre, o governo espera licitar a Rodovia de Integração Sul, no Rio Grande do Sul (BR101/290/386/448). O trecho de 473,4 km prevê investimen­tos de R$ 8,5 bilhões durante o período de concessão. Mas o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda avalia o processo.

Sem dinheiro para tocar projetos de ampliação e manutenção, os governos de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo planejam conceder mais de 5 mil km de rodovias.

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