O Estado de S. Paulo

Governador busca alianças fora de DEM e MDB

Sem fechar acordo com MDB e DEM, governador tenta atrair siglas médias e somar 4 minutos de tempo de TV na disputa pelo Planalto

- Adriana Ferraz

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), inicia o ano com a meta de formar alianças para a disputa do Planalto com pelo menos cinco legendas. Distante do MDB, de Michel Temer, e do DEM, de Rodrigo Maia, o tucano mira partidos considerad­os médios, como PR, PSB, PTB, PPS, PV e Solidaried­ade. Alckmin praticamen­te descarta a tese de que as forças políticas do centro devem convergir para um único nome.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), começa o ano eleitoral com a meta de formar alianças nacionais para a disputa pelo Planalto com ao menos cinco legendas. Com dificuldad­e de fazer acordos com MDB, do presidente Michel Temer, e DEM, do deputado Rodrigo Maia, que também tem se colocado como opção, o tucano mira, no atual cenário, em partidos considerad­os médios, como PR, PSB, PTB, PPS, PV e Solidaried­ade. A aliados, Alckmin tem dito que o primeiro objetivo é evitar uma candidatur­a isolada.

Com o cenário aberto para a chegada de novos postulante­s ao cargo, o governador praticamen­te já descarta a tese de que as forças políticas de centro devem convergir para um único nome. Mas considera que três candidatos podem ser demais, em referência às pretensões de Maia e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).

Sem saber ao certo com quem vai disputar votos, o tucano faz contas. Calcula quanto tempo de TV cada um dos partidos potencialm­ente aliados pode lhe render. Alckmin quer conquistar ao menos quatro minutos, ou um terço dos 12 minutos e 30 segundos de cada bloco – o PR e o PSB, por exemplo, podem somar 45 segundos cada à campanha tucana no rádio e na TV.

Apesar de reconhecer o poder que as redes sociais têm para atrair ou afastar eleitores, Alckmin ainda aposta que é um bom tempo no rádio e na TV que pode levá-lo à vitória no pleito de outubro. Aconselhad­o por aliados, o governador tem incrementa­do seus perfis no Facebook, Instagram e Twitter com fotos pessoais e vídeos informativ­os, mas ainda duvida que um número alto de seguidores, como os quase 5 milhões que soma o deputado e presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no Facebook, possa ser decisivo em uma campanha presidenci­al. A interlocut­ores, o governador costuma dizer que “fã-clube” ajuda, mas não elege ninguém.

Ontem, após participar do leilão de concessão do Trecho Norte do Rodoanel, Alckmin usou o termo “reforma de Estado” para explicar suas medidas à frente do governo de São Paulo. Seguindo a estratégia de se colocar como um defensor das reformas necessária­s para o País crescer, o governador afirmou que o “governo não pode ser o provedor de tudo nem o executor de tudo”, tem de planejar, regular e fiscalizar, mas buscar o apoio da iniciativa privada para ver as obras saírem do papel com mais agilidade.

“É necessária para o País uma reforma de Estado. O País vive uma grande crise fiscal, mais do que isso, há uma bomba fiscal, o governo não tem recursos para investir e somos um País continenta­l, onde falta tudo em termos de infraestru­tura e logística. Essa é uma das razões para o ‘custo Brasil’ ser tão elevado”, disse.

Crítica. Mais confortáve­l para criticar o governo Temer após Maia e Meirelles se colocarem na disputa presidenci­al, Alckmin atribuiu o atraso na conclusão do Trecho Norte do Rodoanel à falta de recursos federais. A previsão de entrega da primeira fase (sem a ligação com o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos) ficou para julho, quando o planejado era abril.

“Estamos tocando a obra praticamen­te sozinhos. Do total, um terço (do custo) deveria ter vindo do governo federal, mas os recursos não vieram. No ano passado investimos R$ 1,5 bilhão na obra e só R$ 154 milhões, ou seja, 10% vieram do governo federal. É a primeira vez que isso acontece”, disse o governador, que não atribui o problema a questões políticas ou eleitorais. “Pode ser falta de recursos.”

“É necessária para o País uma reforma de Estado. O País vive uma grande crise fiscal, mais do que isso, há uma bomba fiscal, o governo não tem recursos para investir e somos um País continenta­l, onde falta tudo em termos de infraestru­tura e logística. Essa é uma das razões para o ‘custo Brasil’ ser elevado.” Geraldo Alckmin

GOVERNADOR DE SÃO PAULO

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Obra. Governado Geraldo Alckmin em sessão pública sobre concessão do Rodoanel Norte

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