O Estado de S. Paulo

Maia recorre a antigos auxiliares de ACM e Lula

Meirelles e Alckmin também formam equipes; presidenci­áveis buscam reformas

- Igor Gadelha Adriana Fernandes / BRASÍLIA COLABOROU ADRIANA FERRAZ /

Os três principais pré-candidatos à Presidênci­a da República que disputam a representa­ção do centro já articulam nomes para formar equipes para o programa econômico e a estratégia de marketing eleitoral. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), vêm conversand­o com economista­s que têm uma linha de orientação próxima a adotada atualmente pelo governo Michel Temer. Defendem o saneamento das contas públicas, uma agenda reformista e uma menor participaç­ão do Estado na economia.

Maia vem recebendo a ajuda do economista Marcos Lisboa, ex-secretário do Ministério da Fazenda no governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva, e do marqueteir­o Fernando Barros, que era próximo do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007. Segundo três aliados de Maia, esses profission­ais têm mantido conversas com o deputado para ajudá-lo a definir as propostas que defenderá nas viagens que pretende fazer pelo País e a “refinar” o discurso eleitoral.

Anteontem, o governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB, já havia se antecipado e anunciou que terá um coordenado­r econômico em uma semana. Sem mirar diretament­e nos líderes das pesquisas de intenção de votos – Lula e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) –, Alckmin trabalha para sair na frente ao menos em relação a Maia e a Meirelles. Entre os conselheir­os do tucano estão os economista­s Persio Arida, Roberto Giannetti e Yoshiaki Nakano. Persio será o líder do grupo.

À frente da Fazenda, Meirelles conseguiu montar uma equipe econômica apelidada de “time dos sonhos”, que ajudou o governo a ganhar confiança dos investidor­es nos novos rumos da política econômica deTemer.

A interlocut­ores, ele afirma que só vai pensar em formação de equipe de assessores de campanha em abril, caso decida se candidatar. O problema maior, porém, não está na formulação de um programa econômico, já que ele poderia reunir com alguma facilidade uma equipe de colaborado­res. A questão tem sido formar um “time político” para ajudar sua candidatur­a a decolar. Meirelles sofre “ataque especulati­vo” de políticos da base aliada, especialme­nte de Maia, mas sofre resistênci­a até mesmo de integrante­s do

seu partido, o PSD.

Na economia, o ministro poderia buscar apoio até mesmo de alguns dos economista­s que hoje compõem sua equipe na Fazenda: Eduardo Guardia, Fabio Kanczuk, Ana Paula Vescovi, Mansueto Almeida e Jorge Rachid (Receita Federal). Perfil. Carioca, Lisboa tem 53 anos e é diretor-presidente do Insper. Doutor em Economia pela Universida­de da Pensilvâni­a, nos Estados Unidos, foi secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda entre 2003 e 2005, no primeiro mandato de Lula. “Não comento conversas. Falo com todos que querem conversar sobre economia”, disse Lisboa ao Estadão/Broadcast sobre assessorar Maia.

O economista se aproximou de Maia durante a discussão da reforma da Previdênci­a. Maia também já enviou um assessor a São Paulo para receber orientaçõe­s do economista.

Barros, por sua vez, é dono da agência de publicidad­e Propeg, que atua no ramo há mais de 50 anos. Ele foi um dos marqueteir­os das campanhas presidenci­ais de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1994 e 1998. Baiano, Barros era uma das pessoas mais próximas de ACM, cacique do antigo PFL, atual DEM. Seu herdeiro político, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), é um dos principais articulado­res de Maia.

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ANTONIO MOREIRA /A TRIBUNA Aliados. Maia e Hartung, governador do Espírito Santo, participar­am de evento do Ministério da Educação em Vitória

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