O Estado de S. Paulo

Seleção brasileira tem desafio inédito contra lenda

Equipe masculina vai enfrentar o Canadá, onde joga Glenn Howard, que tem quatro título mundiais no currículo

- Andreza Galdeano

Apesar de ser um país tropical, o Brasil tem sua seleção de curling e, hoje, vai iniciar um de seus maiores desafios. A equipe encara o Canadá, grande potência da modalidade, na estreia no America’s Challenge, em Ontário, casa do adversário. A disputa será em uma série de cinco partidas e a seleção brasileira terá de obter três vitórias se quiser garantir a segunda vaga no continente americano no Mundial Masculino de Curling de 2018, marcado para abril, em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Bater a melhor seleção do mundo é uma missão impossível. Isso, porém, não tira o entusiasmo dos brasileiro­s. O confronto abre as portas para a visibilida­de da equipe nacional em um dos esportes mais populares dos Jogos Olímpicos de Inverno, o que já será uma grande recompensa.

Em entrevista ao Estado, Marcelo Mello, capitão da equipe, fala sobre as dificuldad­es que enfrentam. “A preparação é sempre um pouco mais complicada para nós, porque moramos em cidades distantes e não podemos treinar juntos ou jogar muitos campeonato­s. Por outro lado, o time está enturmado e isso ajuda bastante.”

Os jogadores moram fora do Brasil e encaram quilômetro­s de distância para conseguir se reunir e praticar o esporte. Enquanto Marcelo Mello e Filipe Nunes moram em Quebec, extremo leste do Canadá, Marcio Cerquinho reside em Vancouver, extremo oeste. Sergio Mitsuo vem da Suíça e Scott McMullan, da Coreia do Sul.

“Nós só conseguimo­s ser um time porque já é a terceira temporada para os brasileiro­s. “Como o prazo para inscrição do time é diferente do prazo para que eles (os convocados) sejam divulgados, nós ficamos sabendo muito recentemen­te que iríamos enfrentar a equipe do Glenn Howard. Mas essa notícia apenas nos ajuda com a questão da divulgação, que é o grande objetivo”, revela Sergio, animado com o duelo.

Dificuldad­es. Sergio Mitsuo e Marcelo Mello são os únicos atletas da seleção que já jogaram curling no Brasil. Apesar de não existir estrutura no País, Sergio conta que a modalidade está crescendo. “O curling acaba sendo um esporte muito conhecido por causa da Olimpíada e das outras participaç­ões que já foram realizadas em campeonato­s mundiais”, diz.

Sérgio espera um dia voltar a praticar o esporte em casa. “O que nós podemos no torneio fazer é criar esse conhecimen­to e divulgação do curling para que um dia tenhamos uma área e uma arena dedicada para a prática dentro do Brasil”, acrescenta o jogador.

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TIAGO WISNEVSKI/CBDG Brasil. Time tem Mitsuo e Chad McMullan (em pé), Mello, Scott McMullan, Cerquinho e Nunes

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