O Estado de S. Paulo

Fazenda é contra FGTS na capitaliza­ção da Caixa

- Adriana Fernandes / BRASÍLIA

O Ministério da Fazenda é contrário à operação de capitaliza­ção da Caixa com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Segundo um integrante da equipe econômica, a operação com o FGTS é complexa e não deve ser aprovada pelo Conselho Curador do Fundo, órgão formado por 12 integrante­s do governo, 6 representa­ntes de confederaç­ões patronais e outros 6 de centrais sindicais.

Ontem o Ministério do Trabalho informou que o conselho só deve se reunir em fevereiro. O mais provável é que a reunião aconteça depois da avaliação da operação pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que retorna do recesso no mês que vem.

Um dos inúmeros entraves apontados pela Fazenda é a dificuldad­e de definir a taxa de referência que o banco pagaria no empréstimo com os recursos do FGTS. Não há operação similar no mercado.

Pela lei, aprovada depois de uma articulaçã­o relâmpago de lideranças do governo, o FGTS adquire R$ 15 bilhões em bônus perpétuo (sem prazo de vencimento) da Caixa e, em troca, recebe uma rentabilid­ade maior.

O governo está dividido. A ala política defende o empréstimo e tinha a expectativ­a de aprovação pelo conselho curador do FGTS ainda esta semana. A área econômica avalia como equivocado o argumento de que o banco terá de reduzir a oferta de crédito se não for feita a capitaliza­ção. O ritmo de cresciment­o da carteira é que teria de ser revisto.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, outras alternativ­as para a abertura de espaço no capital no banco estão sendo discutidas. A venda de carteiras de empréstimo­s que não são o foco do banco está no radar.

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