O Estado de S. Paulo

Futuro joga holofote sobre os vegetais

- Isabelle Moreira Lima

Faz sentido que a nova casa de Gabriela Barreto, do Chou, seja chamada Futuro Refeitório. A começar pelo menu, que tem como protagonis­tas não as carnes, mas os legumes e verduras, como defende parte da vanguarda dos pensadores da comida. A casa, que abriu discretame­nte nesta semana, também é moderna em seu horário de funcioname­nto, sem pausas no serviço das 8h até o fim do jantar e com café da manhã a qualquer hora do dia. Para completar o pacote, o ambiente, assinado pelo arquiteto Felipe Hess, remete ao pós-industrial, alocado em um enorme galpão que mantém a cara do estacionam­ento que foi há pouco. Ao mesmo tempo, oferece certo aconchego com sofás de couro ladeados por enormes jarros de planta.

A cozinha é (obviamente) aberta, uma vitrine para se ver como são tratados os vegetais. Eles viram saladas, conservas, curries, entram em massas, arrozes, sanduíches. Exemplos: a salada de brotos de feijão, cenoura, amendoim, pepino, coentro, hortelã e nam pla; o curry amarelo com legumes, grão-de-bico, cogumelos e arroz basmati; o arroz preto com coco, abóbora e sementes; o quiabo em conserva e o sanduíche de berinjela, rúcula, compota de tomate e pimenta.

No almoço, os pedidos são feitos em sistema de combinado. Por R$ 38, escolhe-se quatro “plantas”, as cumbucas de saladas, arrozes e massas sem carne no combo “íntegro”. Por R$ 43, come-se o combo “onívoro”, com três plantas e um animal. E por R$ 36, o combo com um sanduíche e uma planta. Há ainda as tigelas prontas, para os que se apaixonara­m por uma receita única e querem apostar nela.

No jantar, as receitas são as mesmas, mas podem ser pedidas separadame­nte.

Entre os doces, chama atenção o pote cremoso de laranja, doce de leite e pipoca de arroz (R$ 10), além do de chocolate e quinoa crocante (R$ 12).

A carta de vinhos é esperta, moderna e amiga do bolso, com opções de R$ 70 (o argentino Amansado Malbec 2017) a R$ 150 (o litro do Runckenhau­sen Rosé Mendoza), assinada por Gabriela Monteleone. Alê D’Agostino, do Apothek, é responsáve­l pela carta de drinques, que inclui clássicos (dry martini por R$ 28; manhattan por R$ 36) e autorais (o tônico 1775 leva rum, Jerez e tônica e custa R$ 35; o gin brew leva gim, cold crew e tônica, R$ 26).

Fica às claras também a produção dos pães e da viennoiser­ie, assinados pela badalada padeira Hanny Guimarães, e a torra do café, comandada pela barista Natalia Ramos, que oferece coado um floral ácido (R$ 9) e outro mais encorpado (R$ 8).

Uma pegadinha pouco simpática: a água tem toda a cara de cortesia, não é mineral, é filtrada. Mas é cobrada por pessoa, com refil livre. Custa R$ 5.

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GUI GALEMBECK Ambiente. Amplo salão com visual pós-industri al e cozinha aberta dão a cara de futuro ao novo refeitório
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ISABELLE MOREIRA LIMA/ESTADÃO Cumbucas. Folhas com quinoa e queijo, e frango

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