O Estado de S. Paulo

Campeonato Paulista terá rebaixamen­to de árbitros

Federação cria ranking para avaliar melhor a arbitragem e promete ser rigorosa com quem não for bem; entidade também vai investir na qualificaç­ão

- Daniel Batista

Em tentativa de elevar o nível das arbitragen­s, a Federação Paulista de Futebol adotará no Paulistão, que começa quarta-feira, um ranking de juízes e assistente­s, com notas de zero a dez, informa Daniel Batista. Quem não apresentar bom desempenho ficará fora da 1.ª divisão.

A Federação Paulista de Futebol decidiu implantar a partir deste ano um ranking de árbitros e assistente­s que prevê notas de 0 a 10 e o rebaixamen­to de quem não realizar um bom trabalho. O novo método vai ser aplicado já no Paulistão, que começa na quartafeir­a. Juízes e auxiliares precisarão de uma licença para apitar jogos grandes. A qualificaç­ão é uma tentativa de melhorar o nível da arbitragem.

A introdução do ranking será divulgada pela FPF na semana que vem, mas o Estado antecipa como irá funcionar. Haverá cinco tipos de licença: Básico (apenas para jogos amadores), Licença C, B, A e Pro. A partir de 2021, apenas árbitros com a status Pro apitarão na Série A-1.

Como o método está entrando em vigor, a FPF decidiu dividir os árbitros para que eles tentem tirar a licença C e B neste ano. Apenas daqui a três anos alguém conseguirá chegar ao nível máximo. “Hoje, o árbitro se destaca pela quantidade de jogos. Para melhorar, precisamos focar na análise e na qualidade, não na quantidade”, explicou Dionísio Roberto Domingo, coordenado­r de Desenvolvi­mento de Arbitragem da FPF.

Árbitros e assistente­s terão aulas teóricas e práticas envolvendo condições físicas, mentais e técnicas. Além disso, serão avaliados durante os jogos por um tutor, que passará a acompanhá-los uma hora antes do início da partida e ficará até uma hora depois, e por um exárbitro, que assistirá ao jogo pela TV. Juntos, vão discutir os erros e acertos e, com a direção de arbitragem da FPF, darão nota de 0 a 10 para cada um dos membros da equipe de arbitragem.

Além de interpreta­ções de lances, serão avaliadas dezenas de funções, entre elas agilidade, poder de raciocínio, equilíbrio psicológic­o para lidar com pressão, dentre outros. Para dar maior efetividad­e aos dados, a entidade monitorará os árbitros com auxílio de GPS, que eles irão carregar durante os jogos e que mostrará distância percorrida, batimento cardíacos, velocidade, etc.

Ao final do ano, a pior nota vai ser descartada e, se mesmo assim o árbitro ficar com média abaixo da nota de corte (7 para licença C, 7,25 para a B, 7,5 para a A e 7,75 para a Pro), terá a licença rebaixada (quem tem a B passará a ter a C, por exemplo). Se a nota estiver acima, subirá de nível.

Se, ao longo do Paulista, o árbitro cometer um erro grave, será suspenso preventiva­mente para fazer cursos específico­s, com o objetivo de explorar o motivo do erro – e não repeti-lo. Em seguida, voltará a apitar.

Além das notas e da obrigatori­edade da frequência nas aulas, há um requisito mínimo no número de partidas. Na licença A, por exemplo, o árbitro precisará ter trabalhado em 12 jogos da Série A-2 e 20 da Série A-1 ou 10 da Série A do Brasileiro.

O ranking é estadual, mas os jogos que os árbitros apitarem por torneios nacionais também serão contabiliz­ados.

“Não vamos limitar número de árbitros por licença. A ideia é ter uma disputa interpesso­al e não entre eles. É uma forma de mostrar para os juízes que, se eles fizerem um bom trabalho, subirão de acesso, independen­temente do que acontecer com os outros”, explicou Dionisio.

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SERGIO NEVES/ESTADÃO-4/3/2017 Novo patamar. Árbitros e assistente­s do futebol paulista terão de obedecer critérios mais rigorosos para poder trabalhar

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