O Estado de S. Paulo

‘ESTADO’ É O MAIS PREMIADO EM 2017

Novo chefe da PF no Paraná diz que, em 2018, a prioridade é concentrar esforços para concluir ‘todas as investigaç­ões’

- Ricardo Brandt ENVIADO ESPECIAL / CURITIBA Fausto Macedo

Com nove prêmios, entre eles o da Sociedade Interameri­cana de Imprensa, o Estado ficou em primeiro entre os jornais em 2017 em ranking feito pelo Jornalista­s&Cia.

O novo superinten­dente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Leite Valeixo, afirmou que haverá “reforços” e volta de atuação “exclusiva” da equipe para conclusão das investigaç­ões da Operação Lava Jato em Curitiba, onde começaram as apurações sobre corrupção na Petrobrás, em março de 2014.

“O objetivo é uma concentraç­ão de esforços para concluir procedimen­tos pendentes. Concluir todas as investigaç­ões”, disse Valeixo, de 50 anos, ao Estado.

• O sr. já tem um diagnóstic­o da situação na PF do Paraná, para um planejamen­to para 2018?

A prioridade que nós temos é com a equipe da Lava Jato que permanece. Isso já foi encaminhad­o para Brasília, o planejamen­to operaciona­l, com relação ao apoio de pessoal e recursos para a Lava Jato em 2018. Foi encaminhad­o para o diretor de Investigaç­ão e Combate ao Crime Organizado, doutor Eugênio Ricas, que já concordou com o planejamen­to.

• O sr. pode falar o que pediu nesse planejamen­to?

A ideia com relação à Lava Jato é uma concentraç­ão de esforços em 2018: reforço de policiais,

peritos, analistas e delegados para uma concentraç­ão de esforços para condução das linhas de investigaç­ão que estão tramitando no Paraná.

• Então a Lava Jato não acaba em 2018, em Curitiba? Há muito trabalho ainda?

Exato. O objetivo é uma concentraç­ão de esforços para concluir procedimen­tos pendentes, a ideia é concluir todas as investigaç­ões, em uma concentraç­ão de esforços.

• O sr. pediu aumento de efetivo? Sim. É um planejamen­to operaciona­l. O pleito envolve um recurso específico para a Lava Jato, como já ocorreu em anos anteriores, então vêm recursos para a superinten­dência, mas só para utilização na Lava Jato. Para diária, passagens…

• Os policiais vão voltar a atuar com exclusivid­ade na Lava Jato, como ocorria antes do fim do grupo de trabalho, em 2017?

A ideia é, com essa concentraç­ão de esforços, ter maior número possível de policiais dedicados exclusivam­ente às investigaç­ões da Lava Jato.

• Há muito trabalho para 2018? Decifrar os dados do Drousys, sistema de comunicaçã­o da Odebrecht, é um deles?

Há uma expectativ­a. O sistema Drousys está em fase de análise para fins de perícia, então, pelo volume de informaçõe­s que ele contém, há uma expectativ­a de muito trabalho.

• A Lava Jato corre o risco de acabar?

A Lava Jato como modelo de combate à corrupção é algo definitivo no Brasil. Não vai acabar. Naturalmen­te, o trabalho tem linhas ascendente­s, com muito trabalho (em uma fase), mas chegou a um determinad­o momento, no Paraná, que atingiu investigad­os com prerrogati­va de foro e passou para o Supremo (Tribunal Federal). Você pode ver isso como esvaziamen­to? Não, isso é um processo natural de uma investigaç­ão que acaba atingindo determinad­as esferas.

• O sr. defende o acesso aos inquéritos policiais? Consideran­do o perfil da investigaç­ão… estamos falando de recursos públicos. Eu defendo a publicidad­e, desde que não haja prejuízo às investigaç­ões. Tem de tomar cuidado para que não seja feito no momento errado.

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DENIS FERREIRA NETTO/ESTADÃO Investigaç­ão. Para Valeixo, Lava Jato como modelo de combate à corrupção é ‘definitivo’

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