‘ESTADO’ É O MAIS PREMIADO EM 2017
Novo chefe da PF no Paraná diz que, em 2018, a prioridade é concentrar esforços para concluir ‘todas as investigações’
Com nove prêmios, entre eles o da Sociedade Interamericana de Imprensa, o Estado ficou em primeiro entre os jornais em 2017 em ranking feito pelo Jornalistas&Cia.
O novo superintendente da Polícia Federal no Paraná, Maurício Leite Valeixo, afirmou que haverá “reforços” e volta de atuação “exclusiva” da equipe para conclusão das investigações da Operação Lava Jato em Curitiba, onde começaram as apurações sobre corrupção na Petrobrás, em março de 2014.
“O objetivo é uma concentração de esforços para concluir procedimentos pendentes. Concluir todas as investigações”, disse Valeixo, de 50 anos, ao Estado.
• O sr. já tem um diagnóstico da situação na PF do Paraná, para um planejamento para 2018?
A prioridade que nós temos é com a equipe da Lava Jato que permanece. Isso já foi encaminhado para Brasília, o planejamento operacional, com relação ao apoio de pessoal e recursos para a Lava Jato em 2018. Foi encaminhado para o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, doutor Eugênio Ricas, que já concordou com o planejamento.
• O sr. pode falar o que pediu nesse planejamento?
A ideia com relação à Lava Jato é uma concentração de esforços em 2018: reforço de policiais,
peritos, analistas e delegados para uma concentração de esforços para condução das linhas de investigação que estão tramitando no Paraná.
• Então a Lava Jato não acaba em 2018, em Curitiba? Há muito trabalho ainda?
Exato. O objetivo é uma concentração de esforços para concluir procedimentos pendentes, a ideia é concluir todas as investigações, em uma concentração de esforços.
• O sr. pediu aumento de efetivo? Sim. É um planejamento operacional. O pleito envolve um recurso específico para a Lava Jato, como já ocorreu em anos anteriores, então vêm recursos para a superintendência, mas só para utilização na Lava Jato. Para diária, passagens…
• Os policiais vão voltar a atuar com exclusividade na Lava Jato, como ocorria antes do fim do grupo de trabalho, em 2017?
A ideia é, com essa concentração de esforços, ter maior número possível de policiais dedicados exclusivamente às investigações da Lava Jato.
• Há muito trabalho para 2018? Decifrar os dados do Drousys, sistema de comunicação da Odebrecht, é um deles?
Há uma expectativa. O sistema Drousys está em fase de análise para fins de perícia, então, pelo volume de informações que ele contém, há uma expectativa de muito trabalho.
• A Lava Jato corre o risco de acabar?
A Lava Jato como modelo de combate à corrupção é algo definitivo no Brasil. Não vai acabar. Naturalmente, o trabalho tem linhas ascendentes, com muito trabalho (em uma fase), mas chegou a um determinado momento, no Paraná, que atingiu investigados com prerrogativa de foro e passou para o Supremo (Tribunal Federal). Você pode ver isso como esvaziamento? Não, isso é um processo natural de uma investigação que acaba atingindo determinadas esferas.
• O sr. defende o acesso aos inquéritos policiais? Considerando o perfil da investigação… estamos falando de recursos públicos. Eu defendo a publicidade, desde que não haja prejuízo às investigações. Tem de tomar cuidado para que não seja feito no momento errado.