Temer elogia Alckmin, mas não leva reforma
Os afagos de Michel Temer à candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência, conforme entrevista do presidente ao ‘Estado’, trouxeram um clima de apreensão entre tucanos. O grupo do governador sabe do empenho do Planalto pela aprovação da reforma da Previdência e admite que, mesmo à frente do PSDB, Alckmin terá dificuldades de virar os votos dos 22 deputados federais contrários às mudanças nas aposentadorias. Interlocutores do governador argumentam que, em ano eleitoral, a tendência será de respeitar a posição da bancada na Câmara.
Tá fechado. Após assumir o comando nacional do PSDB, em dezembro, Alckmin conduziu reunião que fechou questão a favor da reforma da Previdência. Mas o acordo não prevê punição a dissidentes.
A posição do governador de São Paulo de não interferir em votos de deputados, a exemplo das denúncias, já incomodou Temer no passado.
Estou trabalhando. As declarações de Temer surtiram efeito também no grupo político do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Logo cedo, o democrata usou as redes sociais para enaltecer sua busca por votos para aprovar as mudanças previdenciárias.
Estratégia. Para se viabilizar como candidato ao Planalto, o presidente da Câmara quer o apoio de pelo menos seis partidos, além do Solidariedade, do PP e do DEM. As alianças devem garantir cerca de 6 minutos de propaganda na TV.
Sem rumo. Após o rebaixamento do Brasil na nota da agência internacional de risco Standard & Poor’s, o articulador político do governo, Carlos Marun, mandou recado aos deputados: “Continuem fingindo que a Previdência não é necessária para vermos onde vamos parar”.
Empurra-empurra. A decisão da S&P acirrou ainda mais os ânimos entre os presidenciáveis Maia e Henrique Meirelles (Fazenda). Enquanto a agência culpou o Congresso pelo rebaixamento, deputados jogaram a responsabilidade para a equipe econômica.
Boicote. Como punição, parlamentares chegaram a ameaçar retaliar o governo na votação da Previdência.
Meu nome é... Presidenciável, o deputado Jair Bolsonaro, que anunciou filiação ao PSL, já definiu seu lema para os dez segundos de propaganda eleitoral na TV durante a campanha.
...Bolsonaro. Em busca de votos dos evangélicos e dos ruralistas, o deputado federal pretende usar duas frases: “em defesa da família brasileira” e “pelo direito de portar armas de fogo em propriedades rurais”.
Acabou? Com pouco tempo para a campanha na TV, o presidenciável quer investir nas redes sociais.
Narcos. O Exército apreendeu 1,2 tonelada de maconha skank, no Rio Japurá, na Amazônia. Houve tiroteio e dois soldados brasileiros foram feridos. Os traficantes colombianos conseguiram fugir.
No forno. O vereador Eduardo Suplicy (PT) corre para lançar o seu livro sobre os 24 anos que passou no Senado antes das eleições. A obra falará sobre a renda básica de cidadania.
Passado condena.