O Estado de S. Paulo

Piauí vai ao Supremo e acusa União de segurar empréstimo

Estado diz que Caixa e Tesouro não repassaram R$ 315 milhões por razões políticas e que está sendo prejudicad­o

- Amanda Pupo Rafael Moraes Moura Idiana Tomazelli / BRASÍLIA

O Piauí recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar obrigar a Caixa Econômica Federal a assinar um contrato de empréstimo e liberar R$ 315 milhões para o governo estadual. A Procurador­ia-Geral do Piauí argumenta que o Estado, governado pelo petista Wellington Dias, foi prejudicad­o por não estar alinhado politicame­nte com o governo federal.

A ação foi encorajada pelas recentes declaraçõe­s do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que admitiu negociaçõe­s para liberar financiame­ntos da Caixa aos Estados em troca de apoio à reforma da Previdênci­a. A União e o banco, porém, alegam que o trâmite está correndo normalment­e e que a ação não teria cabimento.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, a Caixa recebeu autorizaçã­o para liberar R$ 3,4 bilhões para Estados e municípios desde outubro do ano passado até os primeiros dias de 2018, sendo R$ 2,5 bilhões sem garantias da União, em operações diretas com os governos regionais. A operação do Piauí está entre as que foram autorizada­s com aval do Tesouro Nacional, mas o contrato ainda não foi assinado por questões técnicas e necessidad­e de reapresent­ação de documentos.

De acordo com o Tesouro Nacional, o primeiro despacho de autorizaçã­o do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ocorreu em julho, mas o contrato não foi assinado até o fim de setembro, o que demandou nova verificaçã­o de limites e condições para a transação. Novo despacho autorizou a concessão da garantia em novembro, mas não houve encaminham­ento até a virada do ano. “O Tesouro já está concluindo essa atualizaçã­o e dentro dos próximos dias deverá encaminhar o processo à PGFN (Procurador­ia-Geral da Fazenda Nacional)”, informou o Tesouro em nota.

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