Nova safra deve segurar inflação, diz IBGE
Previsão é de que a produção agrícola de 2018, estimada em 224 milhões de toneladas, seja a segunda melhor da história
Depois de uma safra recorde no ano passado, que fez os alimentos registrarem a primeira deflação no País desde o Plano Real, a previsão é de que a produção agrícola deste ano seja a segunda melhor da história. Isso, segundo o IBGE, seria capaz de segurar, novamente, o preço dos alimentos.
A produção de 2018 está estimada em 224,3 milhões de toneladas, segundo os dados do terceiro Prognóstico para a Safra Agrícola, divulgados ontem. Embora signifique perda de 16,3 milhões de toneladas em relação à supersafra de 2017, a nova colheita deve continuar contribuindo para conter os índices de inflação, afirmou Carlos Alfredo Guedes, analista da Coordenação de Agropecuária do IBGE. “É um volume muito alto (a previsão para 2018) e com certeza deve continuar ajudando a segurar um pouco a inflação neste ano de 2018”, afirmou Guedes.
O resultado esperado já é 4,8 milhões de toneladas maior que o estimado pelo prognóstico anterior. O volume foi revisado para cima devido a condições climáticas favoráveis no campo em dezembro. No ano passado, a safra somou 240,6 milhões de toneladas, resultado 29,5% maior que o de 2016, ou 54,8 milhões de toneladas a mais, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de dezembro.
Segundo o pesquisador do IBGE, a safra 2018 parte de um nível alto e, por enquanto, não há risco de desabastecimento dos principais produtos, como milho, ainda com estoques elevados. Para ele, as reduções previstas
para a produção de milho e da soja em relação a 2017 não são suficientes para pressionar para cima as cotações e, se confirmada a estimativa, a safra deste ano será “muito boa”.
Variações. Entre os cinco produtos de maior importância para a próxima safra, três devem apresentar variações negativas na produção ante 2017: arroz (5,9%), milho de 1.ª safra (14,4%) e soja (-2,4%). Os aumentos esperados são do algodão herbáceo em caroço (4,7%) e feijão de 1ª safra (5,0%).
“Acreditamos que neste primeiro momento os alimentos continuarão favorecendo os índices (de preços). É claro que a gente tem outros produtos, como batata e cebola, que dependem ainda um pouco das condições climáticas em 2018. Isso não está sendo medido agora, nesta estimativa”, diz Guedes.