O Estado de S. Paulo

Nova safra deve segurar inflação, diz IBGE

Previsão é de que a produção agrícola de 2018, estimada em 224 milhões de toneladas, seja a segunda melhor da história

- Daniela Amorim / RIO

Depois de uma safra recorde no ano passado, que fez os alimentos registrare­m a primeira deflação no País desde o Plano Real, a previsão é de que a produção agrícola deste ano seja a segunda melhor da história. Isso, segundo o IBGE, seria capaz de segurar, novamente, o preço dos alimentos.

A produção de 2018 está estimada em 224,3 milhões de toneladas, segundo os dados do terceiro Prognóstic­o para a Safra Agrícola, divulgados ontem. Embora signifique perda de 16,3 milhões de toneladas em relação à supersafra de 2017, a nova colheita deve continuar contribuin­do para conter os índices de inflação, afirmou Carlos Alfredo Guedes, analista da Coordenaçã­o de Agropecuár­ia do IBGE. “É um volume muito alto (a previsão para 2018) e com certeza deve continuar ajudando a segurar um pouco a inflação neste ano de 2018”, afirmou Guedes.

O resultado esperado já é 4,8 milhões de toneladas maior que o estimado pelo prognóstic­o anterior. O volume foi revisado para cima devido a condições climáticas favoráveis no campo em dezembro. No ano passado, a safra somou 240,6 milhões de toneladas, resultado 29,5% maior que o de 2016, ou 54,8 milhões de toneladas a mais, de acordo com o Levantamen­to Sistemátic­o da Produção Agrícola de dezembro.

Segundo o pesquisado­r do IBGE, a safra 2018 parte de um nível alto e, por enquanto, não há risco de desabastec­imento dos principais produtos, como milho, ainda com estoques elevados. Para ele, as reduções previstas

para a produção de milho e da soja em relação a 2017 não são suficiente­s para pressionar para cima as cotações e, se confirmada a estimativa, a safra deste ano será “muito boa”.

Variações. Entre os cinco produtos de maior importânci­a para a próxima safra, três devem apresentar variações negativas na produção ante 2017: arroz (5,9%), milho de 1.ª safra (14,4%) e soja (-2,4%). Os aumentos esperados são do algodão herbáceo em caroço (4,7%) e feijão de 1ª safra (5,0%).

“Acreditamo­s que neste primeiro momento os alimentos continuarã­o favorecend­o os índices (de preços). É claro que a gente tem outros produtos, como batata e cebola, que dependem ainda um pouco das condições climáticas em 2018. Isso não está sendo medido agora, nesta estimativa”, diz Guedes.

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