O Estado de S. Paulo

Dólar e Bolsa não sentem reflexo

Moeda dos EUA cai a R$ 3,20, o menor nível em três meses; estável, Ibovespa sustenta os 79 mil pontos

- Eulina Oliveira Simone Cavalcanti

Um dia após o rebaixamen­to do rating do País, moeda americana caiu para R$ 3,20, menor nível em três meses. Ibovespa manteve 79 mil pontos.

O mercado brasileiro praticamen­te não reagiu ao rebaixamen­to da nota de crédito do Brasil, de BB para BB- anunciado pela agência de classifica­ção de riscos Standard & Poor’s na noite de quinta-feira. Tanto foi assim que o dólar caiu a R$ 3,20, no nível mais baixo em quase três meses. Já a Bolsa teve um modesto recuo afetada pelas ações do setor financeiro, que também tiveram suas notas rebaixadas na esteira do corte do rating soberano.

Após rondar a estabilida­de, o dólar firmou-se no campo negativo na reta final do pregão, acompanhan­do a aceleração das perdas da moeda americana no exterior. A moeda americana chegou a ficar abaixo dos R$ 3,20, mas acabou fechando em baixa de 0,27%, a R$ 3,2068, no menor valor desde 20 de outubro de 2017. Na avaliação de profission­ais do mercado, além deste rebaixamen­to já ser esperado, o corte da nota pode servir de pressão para que o Congresso aprove a reforma da Previdênci­a ainda neste ano.

“A altíssima liquidez do mercado internacio­nal e a expectativ­a de aceleração do cresciment­o mundial favorecem o recuo do dólar no mercado global”, escreveu, em comentário ao mercado, Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra.

Quanto à decisão da S&P de cortar a nota do Brasil, a leitura é de que isso não afeta o interesse dos investidor­es. “O mercado está vendo melhora dos dados econômicos do País, as commoditie­s passam por um bom momento, então vai atrás daquilo que é palpável”, avaliou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. Bolsa. O Ibovespa reagiu com um movimento contido de perdas ao rebaixamen­to da nota de crédito do Brasil. Além dos bons ventos externos, que parecem se perpetuar neste mês de janeiro, pesou favoravelm­ente a força das ações de Petrobrás e Vale, empresas que escaparam da má avaliação da S&P.

Prova de que o reflexo foi ameno, conforme já projetavam analistas ouvidos anteontem à noite, o índice à vista fechou praticamen­te estável em queda de 0,02%, mantendo os 79 mil pontos, aos 79.349,11 pontos. E ainda encerrou a segunda semana de janeiro com ganhos de 0,35%.

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