Com recuperação lenta, serviços têm alta em novembro
Crescimento de 1% não deve evitar resultado negativo no fechamento do ano; em 12 meses, queda acumulada é de 3,4%
O setor de serviços acompanhou em novembro a maré positiva que já tinha beneficiado os desempenhos da indústria e do varejo. O volume de serviços prestados no País cresceu 1,0% em relação a outubro, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A recuperação no setor, porém, ocorre de forma mais lenta do que nos demais segmentos da economia. Os serviços devem encerrar 2017 ainda no negativo, pelo terceiro ano consecutivo. “A recuperação dos serviços é um processo de médio prazo, não é imediato. O patamar ainda é negativo, mas menos que nos últimos 24 meses”, disse Roberto Saldanha, analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
O setor acumula queda de 3,4% nos 12 meses encerrados em novembro do ano passado. É o desempenho menos negativo desde novembro de 2015, quando a perda estava em 3,1%.
“As perdas apuradas pelo setor seguem explicitando a carência de investimentos na economia”, avaliou Fabio Bentes, chefe Interino da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC), em nota.
A CNC prevê queda de 3,0% no volume de serviços no fechamento de 2017, seguido por ligeira alta de 0,2% em 2018. Segundo Roberto Saldanha, como os governos federal, estaduais e municipais enfrentam uma crise fiscal, houve corte de gastos e menos contratações de serviços para o setor público. “A gente espera que o setor privado e o industrial alavanquem o setor de serviços”, apontou o pesquisador do IBGE.
Um segmento capaz de ajudar na recuperação do volume de serviços prestados no País é o de Serviços profissionais, administrativos e complementares, que pode ser beneficiado por novos investimentos decorrentes dos leilões de óleo e gás realizados no ano passado.
“Isso é bom não só para o Rio, mas também São Paulo e Espírito Santo, pega toda a área de alta produção de petróleo em mar aberto. Se os novos investimentos se concretizarem vão resultar em contratação de serviços qualificados, isso é importante”, disse Saldanha.
Avanços. Em novembro, o setor de serviços não registrou perda em nenhuma das atividades investigadas pela segunda vez na série histórica iniciada em 2012. O segmento de Outros serviços ficou estável (0,0%), mas houve avanços em Serviços prestados às famílias (0,9%); Serviços de informação e comunicação (0,9%); Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio (0,6%); e Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,2%). O agregado especial das Atividades turísticas teve alta de 0,9%.