O Estado de S. Paulo

‘Agora, podemos voltar a nos dedicar ao dia a dia, à operação’

Segundo Teles, é natural que, com a dívida sendo equacionad­a, a Oi desperte interesse de investidor­es

-

Alçado à presidênci­a da Oi no fim de dezembro, após a renúncia do executivo Marco Schroeder, o advogado Eurico Teles, nascido em Piripiri (PI), disse que nunca imaginou que assumiria o leme da companhia. “Comecei como estagiário em 1979 e fui efetivado dois anos depois. Não achei que iria tão longe”. Ao Estado, Teles afirmou que sua meta é que a companhia volte a ocupar um lugar de destaque no mercado nacional.

Quais são as estratégia­s para fazer a Oi voltar a crescer? Somos uma companhia presente no País inteiro, que atende de forma exclusiva milhares de municípios, que gera mais de 130 mil empregos diretos e indiretos. Agora que a questão da dívida está sendo equacionad­a, poderemos voltar a nos dedicar exclusivam­ente ao nosso dia a dia, às operações. Com o dinheiro novo que vai entrar via aumento de capital (R$ 4 bilhões), vamos aumentar nosso patamar de investimen­tos de uma média anual de R$ 5 bilhões para R$ 7 bilhões. Os três principais pilares serão aumento da cobertura 4G, expansão da rede de fibra ótica e projetos de digitaliza­ção.

O grupo passou por revezes nos últimos meses. Há risco de os acionistas barrarem o plano de reestrutur­ação na Justiça? Acreditamo­s que, da forma como o plano foi aprovado, por quase unanimidad­e dos credores, diminui bastante as chances de prosperar qualquer tipo de contestaçã­o judicial do plano. O próprio despacho do juiz ao homologar o plano é muito claro neste sentido. Entendemos que é legítima a manifestaç­ão daqueles que não ficaram satisfeito­s, mas agora é preciso olhar para frente e seguir com as etapas previstas no plano.

Há expectativ­a de atrair novo investidor ainda este ano?

Ao longo do processo de recuperaçã­o judicial, esse tema caminhou em paralelo às negociaçõe­s. Recebemos interessad­os e abrimos informaçõe­s sobre nosso negócio. Agora, com o plano aprovado e homologado, continuare­mos trabalhand­o esse tema em paralelo, auxiliando eventuais interessad­os em fazer “due dilligence” (auditoria) na companhia. É natural que, com a dívida equacionad­a, a Oi desperte interesse em grandes investidor­es que queiram se tornar sócios estratégic­os.

Há previsão de mudança no corpo executivo do grupo? Se sim, como será esse processo? Não estamos prevendo mudanças a curto prazo, inclusive a própria governança alinhada com os credores prevê isso. As pessoas que estão hoje no corpo executivo estiveram ligadas ao processo de reestrutur­ação da companhia e ainda têm um papel importante dentro da implantaçã­o e desdobrame­ntos da reestrutur­ação nos próximos meses. Eventualme­nte, podem ocorrer mudanças pontuais. /M.S.

 ?? PILAR OLIVARES/REUTERS ?? Meta. Teles quer Oi de volta ao mercado
PILAR OLIVARES/REUTERS Meta. Teles quer Oi de volta ao mercado

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil