O Estado de S. Paulo

Virgílio busca se contrapor a Alckmin em agenda liberal

Adversário na disputa pela vaga de candidato do PSDB à Presidênci­a, prefeito diz que paulista representa a ‘mesmice’

- ADRIANA FERRAZ e A.B. /

A posição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de não realizar em São Paulo um dos cinco debates previstos no processo de prévia interna com o também pré-candidato tucano à Presidênci­a da República, Arthur Virgílio, levou o prefeito de Manaus a anunciar posições firmes sobre assuntos caros aos tucanos e ao mundo político.

Disposto a ir para o “tudo ou nada”, Virgílio adotou uma agenda liberal na economia e nos costumes para se contrapor a Alckmin. O prefeito defende a expulsão dos tucanos que votarem contra a reforma da Previdênci­a e a privatizaç­ão da Petrobrás. Nos costumes, passou a questionar a disposição de Alckmin de debater, diante de seu eleitorado, temas polêmicos de qualquer campanha presidenci­al, como legalizaçã­o do aborto e a descrimina­lização da maconha.

“Como Alckmin vai responder a essas questões? Vai se posicionar ou ficar em cima do muro? Eu digo: sou a favor da legalizaçã­o do aborto, da descrimina­lização da maconha e da união homoafetiv­a. E também defendo publicamen­te a privatizaç­ão da Petrobrás, diferentem­ente dele. Por isso, quero um debate amplo e aberto para que todos os filiados possam decidir quem deve disputar o Planalto. Alckmin não é um candidato indiscutív­el”, afirmou.

O paulista é, na visão de Virgílio, a escolha da “mesmice” contra a “ousadia” que representa­ria o seu nome. “Mas há pessoas no PSDB que preferem perder a ver o eixo do partido se deslocar.” Essa eventual derrota, que seria a quinta consecutiv­a na busca pelo retorno tucano à Presidênci­a, passa, ainda, segundo o prefeito, pela falta de apoio à reforma da Previdênci­a.

“Não dá para aceitar metade da bancada na Câmara dos Deputados votar contra. Quem tem o comando do partido deve interferir nisso. O PSDB tem como uma de suas bandeiras a reforma da Previdênci­a. Quem está preocupado com voto, com eleição, que saia. Se eu tivesse o comando, expulsaria”, disse Virgílio.

O calendário de debates entre Alckmin e Virgílio ainda não está definido, assim como o formato a ser adotado, se com pergunta, resposta e réplica, por exemplo, ou um modelo mais livre, como quer o prefeito. Também não se sabe ainda quem poderá votar – a legenda tem 800 mil filiados. A única definição, por enquanto, é que a prévia vai ocorrer em 4 de março. Virgílio quer marcar debates extras, mesmo sabendo da ausência do governador. “Ele pode não ir, mas eu vou.”

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO-19/12/2017 Prefeito. Virgílio vai disputar prévia

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