O Estado de S. Paulo

Bretas critica senadores petistas por ‘violência’

- Alexandra Martins

O juiz federal Marcelo Bretas, responsáve­l pelos processos da Operação Lava Jato no Rio, questionou na madrugada de ontem pelo Twitter a postura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em defesa do discurso da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), sobre o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A senadora afirmou ao site Poder360 que, “para prender o Lula, vai ter que prender muita gente, mas, mais do que isso, vai ter que matar gente. Aí, vai ter que matar”. Após críticas, Gleisi disse que se tratava de uma “força de expressão”. Já Lindbergh publicou um vídeo no qual avaliou que a colega de partido “elevou o tom do discurso” de maneira positiva ao dizer que “vai ter que matar gente” para cumprir um eventual pedido de prisão do ex-presidente.

“É só uma impressão ou há senadores da República conclamand­o grupos de pessoas para atos de violência? Não creio que isso seja um padrão racional de Estado democrátic­o de direito. No entanto, melhor dirá o @MPF_PGR...?”, postou Bretas em sua conta.

Sobre a manifestaç­ão, Lindbergh afirmou ao Estado que “o que foge ao padrão do Estado democrátic­o de direito é o juiz não falar nos autos e entrar no debate político dessa forma”. “Não defendi que esse julgamento não ocorra de forma pacífica. O nosso chamado para que as pessoas se manifestem não tem nada de mais democrátic­o.”

Gleisi reagiu no Twitter. “Um juiz que divulga fotografia­s empunhando armas pesadas e diz que a Justiça tem de ser temida. Isso é ou não é uma incitação à barbárie? Que faz declaraçõe­s políticas, contrariam­ente à lei, e se posiciona contra um determinad­o partido. Isso é ou não uma violação do Estado de direito?”

‘Impressão’ • “É só uma impressão ou há senadores da República conclamand­o grupos de pessoas para atos de violência?”

Marcelo Bretas

JUIZ FEDERAL

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