O Estado de S. Paulo

Temer pede fim da investigaç­ão sobre portos

Ao Supremo, defesa afirma que, 'em face da ausência de qualquer conduta criminosa', caso deve ser arquivado

- Amanda Pupo Rafael Mouraes Moura BRASÍLIA

A defesa do presidente Michel Temer pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal que o inquérito que apura suspeitas de irregulari­dades envolvendo a edição do Decreto dos Portos seja encaminhad­o à Procurador­ia-Geral da República para que, “em face da ausência de qualquer conduta criminosa”, o caso seja arquivado.

O pedido, assinado pelo advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, chegou ao Supremo um dia após Temer responder ao questionár­io de 50 perguntas formuladas pela Polícia Federal na investigaç­ão que tramita na Corte sobre o Decreto dos Portos e um possível favorecime­nto à Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos.

Além de Temer, são investigad­os no caso o ex-assessor especial da Presidênci­a e ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (MDB-PR), o presidente do Grupo Rodrimar, Antônio Celso Grecco, e o diretor da empresa Ricardo Mesquita.

Para a defesa do presidente, a manifestaç­ão do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao apontar as suspeitas investigad­as, produziu uma “arrojada obra de ficção”. Além disso, Mariz afirmou que são “falaciosas” as acusações de favorecime­nto à Rodrimar e a eventual existência de vantagem financeira para Temer.

Nas respostas à PF, a defesa do presidente declarou que o Decreto dos Portos “teve como alvo todo o setor portuário”.

‘Sistemátic­a’. A manifestaç­ão ainda questionou quais elementos de provas “são esses” de que haveria repasses de recursos ao presidente, acrescenta­ndo que não foi apontado “sequer um mero indício” para corroborar a “leviana” alegação. “Talvez faça parte da nova sistemátic­a persecutór­ia que se quer instalar no País: abre-se inquérito do nada para tentar-se a obtenção de algum elemento incriminad­or?” afirmou a defesa.

Em depoimento à PF em novembro, Loures afirmou que não recebeu dinheiro para trabalhar por interesses privados na aprovação do decreto. A Rodrimar sustenta que “nunca recebeu qualquer privilégio do poder público”.

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BETO BARATA/PR-17/1/2018 Respostas. Temer negou à PF favorecime­nto de empresa

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