O Estado de S. Paulo

Triplex foi alvo da Promotoria e do MPF

Empreendim­ento da Bancoop, condomínio no Guarujá (SP) foi assumido pela OAS depois da falência da cooperativ­a ligada ao PT

- Fernanda Yoneya Fausto Macedo

Antes de entrar no radar da Lava Jato, o condomínio Solaris, no Guarujá (SP), já era investigad­o pelo Ministério Público de São Paulo. Em 2010, a Promotoria abriu inquérito para apurar suspeitas de desvios envolvendo a Cooperativ­a Habitacion­al dos Bancários (Bancoop), entidade ligada ao PT. A investigaç­ão, que resultou em uma denúncia criminal, se estendeu a alguns de seus empreendim­entos, entre eles o condomínio. O Solaris foi construído pela Bancoop, mas, em 2009, com a falência da cooperativ­a, foi assumido pela construtor­a OAS, que concluiu a obra.

A ligação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o Solaris vem de 2005, quando a então primeira-dama Marisa Letícia adquiriu a opção de compra de uma unidade do Solaris. Para a Promotoria e para o Ministério Público Federal, a OAS, envolvida no esquema de corrupção na Petrobrás, em troca de favorecime­nto em contratos, repassou propina a Lula por meio de um apartament­o – o triplex 164-A. O ex-presidente nega ser o proprietár­io do apartament­o e diz ter desistido do negócio após visitar o imóvel pronto, em 2014.

Em março de 2016, a denúncia da Promotoria paulista contra Lula no caso do triplex foi enviada ao juiz Sérgio Moro, responsáve­l pela Lava Jato na primeira instância. Em setembro daquele ano, o MPF acusou formalment­e o ex-presidente – classifica­do como “comandante máximo do esquema de corrupção”. Uma semana após o oferecimen­to da denúncia, Lula virou réu. O triplex resultou na primeira condenação do petista na Lava Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro. Em julho do ano passado, Moro o sentenciou a 9 anos e 6 meses de prisão pelo recebiment­o de R$ 2,2 milhões em propina da OAS por meio do imóvel.

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