TURISTA VOLTA, MAS COM CAUTELA
Governo busca convencer os próprios japoneses de que não há mais risco de se visitar a região, conhecida por sua culinária e o saquê
Os turistas estão voltando a Fukushima. Em 2016, a região atraiu 50 milhões de visitantes, cerca de 90% do total registrado antes do acidente nuclear. Mas, analisados em detalhe, os números ainda mostram a dificuldade de recuperar a imagem da tradicional região turística do Japão. Enquanto Fukushima luta para voltar ao que era, o restante do país viu o número de turistas, em particular chineses, crescer 846% em sete anos.
Assim como ocorre com a produção de comida, o governo está em campanha para convencer os próprios japoneses, e os estrangeiros, de que não há mais risco de se visitar a região. As medições de radiação, segundo autoridades, estão iguais ou abaixo das maiores cidades do mundo, com exceção de uma área ao redor da usina, equivalente a 3% do tamanho da Província de Fukushima. Na campanha de relações públicas, o governo japonês quer levar duas modalidades de esportes da Olimpíada de 2020, beisebol e softbol, para serem disputadas em Fukushima. Os jogos de beisebol serão disputados no estádio que fica na capital da província, a 90 minutos de trem-bala de Tóquio e a 88 quilômetros da usina.
Depois do acidente, Fukushima recebeu muitos visitantes na categoria “dark tourism”, pessoas que gostam de conhecer locais de massacres ou tragédias. Agora, luta para voltar a ter uma vida normal.
Entre suas principais atrações estão paisagens de campos e montanhas cobertas por cerejeiras, além de sítios históricos. Ali estão 150 termas. A região também era conhecida por sua culinária e produção de saquês de primeira linha.
A província tem algumas referências culturais importantes, como a cidade histórica de Aizuwakamatsu, onde fica o Castelo de Tsurugajo, réplica de uma construção de 1384. O prédio tem um museu com armas e objetos dos samurais. Em Fukushima também está o sítio histórico de Ouchijuku, cidade que servia de entreposto comercial no período Edo (1603-1868). As casas alinhadas, com telhados de palha, eram usadas pelos viajantes para descanso e alimentação.