O Estado de S. Paulo

CLUBES RECLAMAM DO PRAZO E DOS CUSTOS

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Os clubes que disputam as Séries C e D, aqueles que vão sofrer os maiores impactos da obrigatori­edade da assinatura da carteira de trabalho dos atletas, reclamam da falta de prazo para se adaptarem às novas regras. A medida administra­tiva foi enviada pela CBF aos presidente­s das federações estaduais no mês dezembro. A entidade determinou que este mês de janeiro seja dedicado aos ajustes operaciona­is para o registro dos atletas. A partir de fevereiro, a inscrição no Boletim Informativ­o Diário (BID) só será feita com a cópia do registro profission­al do jogador. Sem ela não há inscrição.

“É preciso um prazo para os clubes se adaptarem. A coisa é certa, mas é preciso um tempo para os clubes respirarem”, diz Pedro Artur, diretor do São Mateus-ES. “Poderia ser como aconteceu com o Profut”, completa. “Eu concordo com a medida. O problema é a CBF pegar os clubes de surpresa, faltando menos de 15 dias para o campeonato começar”, avalia Israel Levi, presidente do Doze-ES. A CBF rebate e afirma que as mudanças vêm acontecend­o ao longo do ano passado e que os clubes já estavam se adaptando.

“Por um lado, vai facilitar para o clube que quer se profission­alizar. Por outro, vai travar alguns clubes, talvez até o nosso. Mas podemos fazer contratos temporário­s. Podemos usar esse artifício para driblar os custos. É uma burocracia a mais, mas é o caminho da profission­alização”, diz Paulo Moura, presidente do Ji-Paraná-RO.

Para Palmeron Mendes, presidente do Guarani, a medida pode afetar negativame­nte as categorias de base. “Para os atletas das categorias de base, a medida poderá representa­r um retrocesso. A grande maioria acabaria sendo dispensada prematuram­ente diante da obrigatori­edade de registro”, diz o dirigente.

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