Petrobrás volta a integrar elite econômica em Fórum
A Petrobrás volta a ser uma das parceiras do Fórum Econômico de Davos, um privilégio dado a apenas mil empresas multinacionais que, em troca de acesso aos demais líderes e um palco, são convidadas a pagar uma pesada anuidade aos organizadores do evento.
A partir deste ano, a estatal brasileira que viveu um dos piores escândalos de corrupção da história corporativa terá uma vez mais um espaço entre a elite econômica mundial. Pedro Parente, presidente executivo da empresa, será um dos palestrantes em debate com pouca relação com corrupção ou temas políticos. Ele falará sobre inovação, mudanças climáticas e transição energética. Mas, acima de tudo, poderá circular entre os chefes das finanças do mundo, além de mais de 70 chefes de Estado.
Até 2014, a estatal bancava uma iniciativa de combate à corrupção em Davos. Mas, diante da Lava Jato, desapareceu do programa e passou a evitar a Montanha Mágica. O Fórum, apesar de questionado pelo Estado, jamais deu uma explicação sobre o papel da Petrobrás na campanha anticorrupção.
A volta a Davos, porém, faz parte de uma tentativa de um resgate da imagem da empresa. A Petrobrás pagou cerca de US$ 3 bilhões para encerrar os processos existentes nos EUA e viu sua imagem ser duramente afetada pela Operação Lava Jato. Entidades como a Transparência Internacional chegaram a considerar a investigação no Brasil como o maior escândalo de corrupção.
Não é apenas a Petrobrás que volta à cidade de Davos. Pela primeira vez em quatro anos, um presidente brasileiro estará no evento e focará sua agenda em encontros com empresários. No dia 24 de janeiro, Michel Temer chega à cidade na esperança de atrair investidores e tentar convencer de que existe uma retomada da economia.
Temer ainda terá a ocasião de falar para os empresários internacionais na manhã do dia 24, inclusive respondendo a perguntas. Ele será um dos poucos líderes internacionais a ter um palco apenas para ele, um sinal da importância que o evento confere à sua participação.