‘Eu era muito competitivo e não ouvia’
Eu comecei a trabalhar muito cedo, aos 18 anos de idade. Naquela época, não havia ninguém para me dar um direcionamento na carreira. Eu era muito competitivo e tinha dificuldade para aceitar feedbacks.
Acredito que a competição exagerada ocorre porque, ao sonhar em crescer e alcançar logo um cargo de destaque, a pessoa quer mostrar resultados. E, na maioria das vezes, espera fazer isso de forma independente.
Alguns anos depois, nessa mesma empresa, eu cheguei ao posto de gerente. Daí, continuei a centralizar as obrigações. Lembro-me de ter tido um ótimo funcionário, mas o perdi por não praticar a empatia. Eu queria que ele fizesse as coisas no meu ritmo. Ele se sentiu pressionado e saiu da empresa .
Quando percebi que essa postura não era benéfica? Tive um mentor que me mostrou, com exemplos reais, como comportamentos do tipo eram infrutíferos.
No momento em que o profissional percebe isso, é um alívio. A pressão diminui, porque ele passa a delegar e, com isso, a responsabilidade pelos resultados é compartilhada. Procurei informação, desenvolvi isso em mim, e hoje pratico com a minha equipe.
Sou o gerente de produtos, mas quando vamos contratar, por exemplo, toda a minha equipe participa da avaliação do candidato.
Acho importante dividir essa responsabilidade. Afinal, o novo funcionário vai trabalhar com todos nós.