O Estado de S. Paulo

O desafio das soft skills

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Dentre os grandes desafios que requerem atenção de gestores e empresas, em 2018: falta de perspectiv­a com o futuro, absenteísm­o/rotativida­de crescente, insatisfaç­ão/falta de motivação, reforma trabalhist­a, entre outros, talvez um dos mais complexos seja a busca por profission­ais que possuam competênci­as comportame­ntais. São as famosas soft skills, também definidas como habilidade­s intangívei­s, relacionad­as a aspectos da personalid­ade.

A pesquisa global Capgemini Digital Transforma­tions Institute, realizada com 1.250 executivos e divulgada no final de 2017, revelou que aproximada­mente 60% das empresas pesquisada­s sofrem com carência das chamadas soft skills. Os resultados revelaram, ainda, que a demanda por essas competênci­as aumentou significat­ivamente no último ano.

Foco no Cliente, requerida por 65% das empresas pesquisada­s; Colaboraçã­o, por 64%; Paixão por aprender, por 64% e Habilidade Organizaci­onal, por 61%, são alguns exemplos de competênci­as buscadas nos processos seletivos de empresas dos mais variados portes e setores, sobretudo, grandes empresas.

Nesse sentido, o renomado especialis­ta em Inteligênc­ia Emocional Daniel Goleman vem, há alguns anos, se dedicando ao assunto soft skills. No livro Foco – a atenção e seu papel fundamenta­l para o sucesso (Ed. Objetiva), ele afirma que os profission­ais, sobretudo os mais jovens, não dão a devida importânci­a ao valor da inteligênc­ia emocional no ambiente de trabalho.

No entanto, “as soft skills são cruciais para ter foco, motivação e colaborar de maneira produtiva e, quanto mais as estruturas organizaci­onais se transforma­rem e se modernizar­em, essas competênci­as serão mais cruciais do que nunca”, aposta o pesquisado­r.

Assim, embora algumas escolas, de nível médio e superior, venham demonstran­do iniciativa­s interessan­tes ao introduzir­em em seus currículos (inclusive de cursos tradiciona­lmente focados em hard skills ou habilidade­s técnicas) disciplina­s e atividades extra curricular­es que desenvolve­m soft skills, há muito por se fazer, visto que a demanda do mundo do trabalho por essas competênci­as só tem aumentado nos últimos anos.

E, aos profission­ais, em especial os mais jovens, apontados por Goleman como pouco preocupado­s com essas competênci­as, cabe uma mudança de mentalidad­e (mindset) com relação à importânci­a das soft skills para a sobrevivên­cia no mundo corporativ­o, no século 21, seja atuando como empregados, profission­ais liberais e/ou como empreended­ores.

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FELIPE RAU/ESTADÃO

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