O Estado de S. Paulo

78 ANOS VIVENDO NO MESMO LUGAR

Casas foram descaracte­rizadas, diz moradora

-

Regina Maria Aquino está há 78 dos seus 79 anos vivendo Vila Maria Zélia, uma das mais antigas da cidade. O local foi inaugurado em 1917 para os funcionári­os da Cia. Nacional de Tecidos da Juta. Com o fechamento da empresa em 1931, os moradores se tornaram inquilinos e somente décadas mais tarde puderam comprar as casas.

A família da secretária aposentada ganhou de um parente o imóvel. Regina passou todas as fases de sua vida dentro da vila e não pensa em se desfazer de sua propriedad­e. “Não sei em quanto está avaliada porque nunca quis vender. Meus vizinhos fazem negócio por R$ 350 mil.”

Segundo ela, já não resta muito da paisagem em que cresceu. As casas foram descaracte­rizadas antes do tombamento da vila, na década de 1980. A tranquilid­ade e o ritmo quase interioran­o, porém, ainda resistem. “Nas noites de verão, a gente senta nos bancos do jardim, as crianças brincam na rua.”

A antiga moradora afirma que, de um total de quase 170 casas, quatro ou cinco não estão ocupadas. E sempre foi assim: as vagas são preenchida­s rapidament­e, conta.

Além das vantagens comuns das vilas, a Maria Zélia ainda tem uma associação artística e um grupo de terceira idade. As entidades promovem feiras, bazar e palestras.

Regina vive sozinha. Seu irmão mais velho, de 93 anos, também. Eles aproveitam a agenda da vila com colegas que conhecem há anos. “Fazemos encontros semanais com ginástica e fisioterap­ia.”

Os moradores se compromete­m com contribuiç­ões para pagar os vigias do local. Os preços variam entre R$50 e R$ 200, conta.

 ?? RAFAEL ARBEX/ESTADÃO ?? Fico. Regina não pensa em vender o imóvel herdado
RAFAEL ARBEX/ESTADÃO Fico. Regina não pensa em vender o imóvel herdado

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil