O Estado de S. Paulo

Rede de alimentos do sul adota franquia para conquistar SP

Companhia do Paraná com forte presença no interior do País pretende instalar 100 lojas na Região Metropolit­ana da capital

- / CLAUDIO MARQUES

A Alimentos Zaeli iniciou suas atividades em Umuarama (PR), 48 anos atrás, como uma pequena processado­ra e vendedora de arroz. Ao longo desse período, tornou-se uma indústria com mais de 350 produtos comerciali­zados em 40 mil pontos de venda no interior do País, notadament­e no Sul e Nordeste. Agora, dá um passo para expandir sua atuação além dessas regiões e inicia um trabalho para conquistar uma fatia do mercado da Grande São Paulo.

Sem estar presente nas gôndolas das grandes redes varejistas de âmbito nacional, o meio encontrado pela empresa para penetrar nessa região de 20 milhões de habitantes foi entrar no segmento de franquias. “Foi a forma mais fácil que encontramo­s. Entrarmos na GSP pelo varejo, seria muito complicado. Nossa intenção é termos 100 lojas de franqueado­s – não mais que isso. Assim, seriam cerca de 200 mil habitantes por loja”, conta Valdemir Zago, presidente da empresa e um dos oito filhos do fundador, Elídio Zago.

“Um depósito em Sorocaba vai abastecer os franqueado­s todos os dias, se for preciso.” O executivo reconhece que, para competir com os grandes players, o preços dos produtos terá de ser competitiv­o. “Como somos indústria, temos condições de fazer preço compensado­r.”

Para se candidatar a ser um franqueado da Zaeli, é preciso ter um imóvel comercial na região e vontade de empreender. Não há taxa de franquia nem royalty. “Só tem de ter o ponto e adequá-lo ao nosso layout.”

O franqueado também não vai pagar antecipada­mente pelos produtos. “Não precisa comprar estoque. Vamos abastecer a loja e na venda dos produtos ele vai nos pagando e vamos repondo a mercadoria.”

O chamariz da Zaeli para convencer eventuais interessad­os é dizer que o negócio vai render mais do que viver do aluguel do imóvel. A companhia calcula que as 100 lojas venham a gerar em torno de R$ 10 milhões no primeiro ano de atividades, movimentan­do

“A franquia foi a forma mais fácil que encontramo­s (para entrar em São Paulo). A intenção é termos 100 franqueado­s” Valdemir Zago PRESIDENTE DA ZAELI

cerca de 3 mil toneladas de produtos.

“No interior de São Paulo, estamos avançando com vendas (representa­ntes comerciais) como fazemos em todos os outros lugares.” O plano é que o número de representa­ntes suba de um para três no Estado.

Para chegar ao quadro atual, a empresa enfrentou muitas dificuldad­es. “Mas nunca chegamos a pedir recuperaçã­o judicial”, salienta Zago. Sofreu abalos com os planos econômicos de governos passados e desvaloriz­ação cambial. Em alguns casos, por exemplo, a companhia foi obrigada a renegociar prazos mais extensos com fornecedor prazos mais extensos de pagamento, por exemplo. Mas também soube aproveitar as dificuldad­es para dar a volta por cima. Em1990/91, houve falta de feijão no mercado brasileiro. A saída foi importar o produto do México. No entanto, questões burocrátic­as naquele país e outros imprevisto­s acabaram atrasando tanto o envio para o Brasil que quando o embarque ocorreu, o feijão já estava sendo produzido por aqui.

O presidente da empresa, então, tomou a decisão de desviar o carregamen­to para Recife e vender

o produto no Nordeste. Foi assim que a Zaeli começou a conquistar mercado na região. Naquele ano, a companhia adquiriu um engenho de arroz e um imóvel de 200 m², passou a comprar o grão de intermediá­rios, prepará-lo para o consumidor.

Em 1982, aumentou seu portfólio e passou a industrial­izar produtos derivados do milho. Também adquiriu caminhões para o transporte de alimentos – até hoje mantém frota própria.

Em 1984, a família inaugurou filial em São Borja (RS) e trocou o nome de Zago e Cia. para Alimentos Zaeli, palavra formada pelas primeiras sílabas do sobrenome e nome do fundador. Em 1988, inaugurou nova unidade para paraboiliz­ação do arroz, moagem de milho, seleção de feijão e amendoim, industrial­ização de chocolate em pó, além de processar e envasar azeitonas. Hoje, são cerca de 700 funcionári­os e 250 representa­ntes comerciais em 13 pontos de distribuiç­ão pelo País.

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FOTOS: LUCI LEMES/ZAELE ALIMENTOS A loja. Unidade vende somente produtos da marca, que pretende abrir 100 lojas na capital
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Prateleira. Zaeli também produz achocolata­dos e azeitonas

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