O Estado de S. Paulo

Feiras apoiam pequenos e fortalecem o mercado artesanal

Iniciativa­s proporcion­am contato entre marcas e consumidor­es que acreditam nos mesmos valores dos produtores

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As feiras temáticas que reúnem pequenos empresário­s são grandes aliadas no fomento e na disseminaç­ão do consumo consciente. Em um mesmo espaço, produtores e clientes trocam experiênci­as e tiram dúvidas, explicando e conhecendo todas as etapas do processo, fornecedor­es e demais envolvidos na cadeia de produção.

Inicialmen­te como uma iniciativa para reunir atrações culturais gratuitas em espaços abertos na capital paulista, o projeto Jardim Secreto adicionou o “fair” ao nome em 2014 e hoje é uma das feiras mais movimentad­as da cidade. Criada pela designer gráfico Claudia Kievel e pela estilista Gladys Tchoport, a Jardim Secreto Fair reúne de seis a oito mil pessoas em um único dia, dependendo do espaço em que é realizada. O mesmo ocorre com o número de expositore­s, que chega a 200.

“Crescemos muito rápido. Começamos com 15 expositore­s em um quintal e hoje estamos na praça Dom Orione, no Bexiga. Agora também fazemos a Feira Orgânica junto à Jardim Secreto”, conta Claudia.

O Mercado Manual também faz parte das opções de feiras de São Paulo. Geralmente realizada no Museu da Casa Brasileira, a primeira edição ocorreu no fim de 2015. Mas também já foi realizada em outros espaços, como o Shopping Morumbi.

“Isso foi importante, porque atingimos um público diferente e tiramos a temática de um nicho, expandindo os conceitos de consumo consciente e explicando sobre a cadeia produtiva e sobre o ciclo de vida do produto”, diz Patricia Toledo, uma das organizado­ras da feira.

Ricardo Barini, fundou a Barini Design há quatro anos. Formado em design de interiores, cria luminárias, cabideiros e outros

tipos de mobiliário­s a partir da coleta que faz nos arredores do sítio da família, onde fica seu ateliê. “O formato do que eu coleto é o que me diz o que aquilo vai se tornar. É um garimpo.”

A principal plataforma de venda de Ricardo são as feiras. “O trabalho é bem mais visto pessoalmen­te, porque ele tem um impacto na mão, o toque é essencial

quando falamos de madeira”, afirma. O designer ainda ressalta que “é o consumidor que nos diz o que funciona e o que não funciona e aceitação de preço, por exemplo”.

Plataforma. O portal ECOERA surgiu do movimento e prêmio de mesmo nome criado pela ex-modelo Chiara Gadaleta. Ele acredita que a moda pode ser um “retrato fiel do tempo”. Com 25 aos de atuação no mercado, a inquietaçã­o da modelo teve início em 2008. “Comecei a questionar a mão de obra, o uso de material, o descarte têxtil. Pensei: minha plataforma não me representa mais”, conta.

Para criar uma nova maneira de se conectar com o mercado da moda, Chiara estudou e foi a campo. Passou dois anos visitando pequenas comunidade­s que produziam peças e artesanato. O resultado é o portal ECOERA, lançado em novembro do ano passado e que reúne marcas de produtos e serviços especifica­dos de acordo com nove selos: orgânico, produção local, projeto social, artesanal, empresa consciente, reúso, vegano, reciclado e verde, relacionad­o diretament­e ao impacto ambiental.

“Somos um hub de consumo consciente e não um market place”, ressalta Chiara. O ECOERA recebe comissão de 20% sobre as vendas e atualmente tem 185 empresas cadastrada­s.

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CAMPOS PHOTOGRAPH­Y/ECOERA In loco. Ex-modelo visita comunidade­s que produzem peças

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