O Estado de S. Paulo

Acampament­o e marcha

Manifestan­tes pró-Lula ficarão no Anfiteatro do Pôr do Sol, a 1 km da sede do TRF-4, para acompanhar julgamento

- Ricardo Galhardo ENVIADO ESPECIAL / PORTO ALEGRE

Integrante­s de movimentos pró-Lula em Porto Alegre ficarão acampados a 1 km da sede do TRF-4. Hoje, haverá caminhada de manifestan­tes.

Apesar da chuva, Porto Alegre começou a mostrar ontem os primeiros sinais das manifestaç­ões em função do julgamento do expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva marcado para esta quartafeir­a, no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4).

A Frente Brasil Popular, que congrega dezenas de movimentos sociais, sindicais e partidos de esquerda, começou a montar no início da tarde o acampament­o onde os militantes próLula vão se manifestar de hoje até o dia do julgamento.

O local designado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul em acordo com os movimentos que defendem a absolvição do ex-presidente é o Anfiteatro do Pôr do Sol, um amplo gramado localizado às margens do Rio Guaíba, a cerca de um quilômetro da sede do TRF-4.

Na manhã de hoje, cerca de 2,5 mil integrante­s da Via Campesina vão se reunir na BR-116 e seguir em caminhada até o acampament­o. O percurso, de 7,6 km, atravessa algumas das principais avenidas da capital gaúcha e terá a presença de João Pedro Stédile, membro da coordenaçã­o nacional do Movimento dos Sem Terra (MST).

Na tarde de ontem, diversos caminhões do 3.º Batalhão de Engenharia do Exército vindos de Cachoeira do Sul (RS) estavam estacionad­os no local da concentraç­ão. Eles carregavam tratores e soldados armados com fuzis. As assessoria­s do Exército e da SSP não foram localizada­s, mas militares disseram extraofici­almente se tratar de coincidênc­ia e que a presença das tropas no local não tem relação com as manifestaç­ões.

Caravanas. Também ontem começaram a chegar a Porto Alegre as primeiras caravanas vindas do interior gaúcho e de outros Estados trazendo militantes pró-Lula. Uma delas é a argentina Nadya Loscacdo, de 23 anos. Estudante de História da Arte em Buenos Aires, Nadya integra a organizaçã­o de esquerda Pátria Grande, que tem vínculos com o MST, e desde o início de janeiro participa de uma “vivência” no assentamen­to de Viamão, na região metropolit­ana de Porto Alegre. “Para nós, Luciana Liska

“Precisamos dos militares porque quase todos os políticos estão envolvidos em corrupção. A gente não tem mais onde recorrer.”

DONA DE CASA

na Argentina, é importante defender a democracia no Brasil para barrar o avanço do neoliberal­ismo no continente.”

Na movimentad­a esquina das Avenidas Mostardeir­o e Goethe, no bairro Moinhos de Vento, dois militantes de um grupo que defende a intervençã­o militar se manifestav­am embaixo de chuva.

A dona de casa Luciana Liska, de 47 anos, e um homem que não quis se identifica­r, porque, segundo ele, “a imprensa toda é do PT”, seguravam bandeiras do Brasil. “Precisamos dos militares porque quase todos os políticos estão envolvidos em corrupção. A gente não tem mais onde recorrer”, disse Luciana.

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RICARDO GALHARDO/ESTADÃO Homens da Frente Brasil Popular descarrega­m madeira; Luciana Liska faz protesto
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CATIANA DE MEDEIROS/MST Sinais.

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