Pence fará discurso em Israel após ouvir líderes árabes
Vice-presidente dos EUA passou por Egito e Jordânia onde recebeu críticas pelo anúncio de Trump sobre Jerusalém
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, chegou ontem a Israel, durante sua primeira viagem oficial ao Oriente Médio e em meio a grandes tensões após o anúncio de Donald Trump reconhecendo Jerusalém como capital israelense. A decisão contrariou décadas da posição diplomática americana de que o status da cidade deve ser decidido em negociações com os palestinos e desencadeou a condenação de líderes árabes.
No sábado, Pence se reuniu no Cairo com o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, quando conversaram sobre o conflito entre israelenses e palestinos e, segundo a presidência egípcia, “do direito do povo palestino de estabelecer um Estado independente, com Jerusalém oriental como capital”.
Ontem, na Jordânia, o rei Abdullah concordou com a posição de Sissi e expressou a Pence preocupação sobre a decisão de Trump. “A decisão dos EUA não vem como resultado de uma solução abrangente do conflito palestino-israelense”, disse Abdullah, para quem a única solução para o conflito israelopalestino é a de dois Estados.
Pence disse ao rei que o governo americano estava empenhado em preservar o status quo dos locais sagrados em Jerusalém. “Não tomamos nenhuma decisão sobre limites e status final.”
Hoje, Pence fará um discurso no Knesset, o Parlamento de Israel, em Jerusalém, que deve ser boicotado por deputados árabes-israelenses. O líder da aliança Lista Unida – que reúne quatro partidos árabes e possui 13 dos 120 assentos no Knesset –, Ayman Odeh, definiu Pence como “perigoso”.
Ontem, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, saiu em defesa de Pence. “Considero vergonhoso que alguns deputados planejem boicotar a visita. Estaremos lá para dar a Pence a honra que ele merece”.